segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Filhos do rei D. Sancho I de Portugal, bastardos reais incluídos (19 filhos)

Filhos do rei D. Sancho I, bastardos reais incluídos

D. Sancho I, cognominado o «Povoador», nasceu em Coimbra a 11 de Novembro de 1154 e lá morreu a 26 de Março de 1211.

Filho de D. Afonso Henriques e de D. Mafalda/Matilde, casou com D. Dulce Berenguer de Barcelona ou Aragão, fazendo-a segunda rainha de Portugal em 1185. Deu 11 filhos a Sancho I, o que confirma o cognome do marido.

Vejamos:

1)A infanta D. Constança, nascida em maio de 1182 e falecida a 3 de Agosto de 1202 não foi a primeira.

2)A infanta que foi beatificada, D. Teresa, esteve casada com Afonso IX de Leão e, já com três filhos, viu o casamento anulado pelo Papa Celestino III em 1195, com a alegação de que eram parentes. Voltou D. Teresa para Portugal, não sabemos se fula da vida ou não, mas pode-se crer que sim porque, restaurando o Mosteiro do Lorvão, colocando nele freiras da Ordem de Cister, professou o mesmo Instituto (isto é fez-se freira) e nele morreu santamente a 17 de Junho de 1250. Passados 300 anos, o seu corpo foi encontrado incorrupto e, por esse motivo e pelos milagres que obrava, o Papa Clemente XII lhe confirmou o título de Beata por Bula de 23 de Dezembro de 1705 e, no ano de 1724 aprovou e concedeu o Ofício próprio para todo o Reino de Portugal. O seu Venerável corpo jaz na Capela Mor da Igreja do Lorvão. 300 anos depois de a acusar de incesto a Santa Sé beatificou-a. Não perder a Fé.

3)Continuando com a filharada de Sancho I e D. Dulce, temos outra beata, D. Sancha, que foi Senhora de Alenquer, onde fundou um Convento da Ordem de S. Francisco ainda em vida do mesmo santo e que foi o primeiro desta Ordem em Portugal. Também fundou a Igreja da redonda, na mesma vila, e o Mosteiro de Celas, em Coimbra, onde fez vida Monacal e onde morreu a 13 de Março de 1229. E nesse Mosteiro é venerada pelos Fiéis e resplandesce em milagres, tributando-lhe os Fiéis os mesmos cultos que à sua gloriosa irmã, a Beata Teresa.

4)Segue-se D. Afonso, que irá ser o Segundo de nome.

5)A 23 de Março de 1187 nasceu o infante D. Pedro. Por desavenças que teve com o irmão, El Rei D. Afonso II, saiu do Reino e foi militar nos exércitos do rei de Leão. Depois passou-se para a corte do rei de Marrocos e serviu nas tropas do Imperador Miramolim; e deste passou-se para Aragão, onde casou em 1228 com Aurembiaux, Condessa de Urgel, que morreu sem que o casal tivesse filhos, o mesmo é dizer que D. Pedro ficou herdeiro dos seus Estados, que depois ele trocou com Jaime I pela ilha de Maiorca, que tinha conquistado aos Mouros. Mas como não tinha D. Pedro meios para se defender dos ditos cujos Mouros, que ainda por cima lhe estavam com raiva, restituiu Maiorca ao rei Jaime I em troca da cidade de Segorbe, Morelha e outras Praças. Ajudou D. Pedro também a Guilherme de Mongrio, Prelado de Tarragona, a ficar com a ilha de Ibiza, que estava em posse dos Mouros em 1230. Finalmente morreu a 2 de Junho de 1258, deixando dois filhos bastardos, D. Rodrigo, insigne em letras e D. Fernando.

6)Tomando fôlego depois da vida de D. Pedro, temos outro filho de Sancho I, o Povoador, e de Dona Dulce, este chamado D. Fernando e nascido a 24 de Março de 1188. Foi um Príncipe de altos pensamentos. No ano de 1211 casou com a Princesa Joana, filha do Imperador Balduino de Constantinopla e herdeira dos estados da Flandres. Deu grandes mostras do seu valor na Batalha de Bovinas, em que combateu pelo Imperador Otão IV e por João I de Inglaterra, contra Filipe Augusto de França; acabou preso pelos franceses e levado para o Louvre onde esteve alguns anos. Depois de o libertarem, ajudou a rainha D. Branca de França contra D. Pedro, duque da Bretanha e os que se opunham a que aquela senhora fosse tutora do seu filho do futuro rei S. Luís. Acabou D. Fernando por morrer na cidade de Noyon a 26 de Julho de 1233 e está sepultado na Abadia de Market junto a Lille.

7)Talvez para compensar as vidas turbulentas destes dois infantes de Portugal, D. Sancho I e D. Dulce tiveram um filho chamado Henrique no ano de 1189 e que morreu a 8 de Dezembro. Note-se que D. Fernando nascera em 1188, o que mostra que D. Sancho e D. Dulce...

8)Ainda houve um infante chamado Raimundo que morreria num dia 9 de Março.

9)A infanta D. Mafalda casou com Henrique I de Castela no ano de 1215, mas mais uma vez o casamento foi anulado por causa dos laços de parentesco e lá voltou a infanta para Portugal e se recolheu ao Mosteiro de Arouca, de freiras Beneditinas; e aqui tomou o hábito e viveu em continuo exercício de virtudes e aqui morreu com fama de Santa no primeiro dia de maio de 1256. E ali, no Mosteiro de Arouca, jaz a infanta dona Mafalda.

10)A infanta D. Branca, foi senhora da cidade de Guadalajara em Castela; mas não se sabe o que fez para conseguir aquele domínio. Foi muito devota da Religião dos Pregadores e por isso fundou em Coimbra o Convento de S. Domingos o velho, no Arnado, de que não há mais vestígios que a ponta do campanário, pois o Mondego não engraçou com o dito Mosteiro. A D. Branca morreu a 17 de Novembro de 1240 e jaz em Santa Cruz de Coimbra.

11)Continuando com os filhos de D. Sancho I e D. Dulce de Barcelona, temos a infanta D. Brerenguela ou Berengaria, que em 1213 casou com o rei Valdemar II da Dinamarca, mais conhecido pelo Vitoriosa e de quem teve três filhos e uma filha. Morreu no primeiro de Abril de 1220 quando esperava algo parecido com uma Primavera portuguesa no reino da Dinamarca.

Mas não pensem que Sancho I se ficou por aqui na sua sanha de Povoador. É que, fora do casamento com D. Dulce Berenguer, D. Sancho ainda teve tempo de fazer mais filhos. Note-se que vão 11 (onze) com D. Dulce.

Assim temos:

12)D. Martim Sanches, que nasceu de uma fidalga chamada D. Maria Annes ou Aires de Tornelos. Também este teve problemas com o irmão rei, D. Afonso II, e foi para junto do cunhado, D. Afonso de Leão que o apaparicou bastante. Casou um uma senhora Dona Ello ou Olaya, filha do Conde D. Pedro Fernandes de Castro, mas não saiu ao pai e morreu sem descendência, jazendo em Cosinos, terra de Campos.

13)E continuamos: D. Urraca Sanches, uma filha da mesma mãe de D. Martim, a D. Maria Annes ou Aires. Esta Urraca foi uma senhora muito virtuosa. Casou com um neto de Egas Moniz e a Infanta D. Mafalda nomeou-a sua testamenteira. Isto é, nomeou a meia-irmã.

14)E el rei D. Sancho I teve, de uma fidalga chamada D. Maria Pais da Ribeira a D. Rodrigo Sanches, do qual consta que morreu valorosamente a 7 de Julho de 1245 numa contenda que teve com D. Martim Gil de Soverosa a propósito de recíprocas dependências; e, mortalmente ferido, expirou à porta do Convento de Grijó, de Cónegos regrantes, onde puseram uma Cruz de pedra em sua memória.

15)Continuando com reais bastardos de Sancho I, ainda temos D. Gil Sanches de quem uns dizem que não casou, outros que foi clérigo, certo certo é que se finou a 14 de Setembro de 1236, pelas 3 da tarde e chovia a cântaros.

16)17)Dois bastardinhos reais de D. Sancho, o Povoador, morreram em tenra idade: D. Nuno Sanches e Dona Mayor Sanches.

18)Há ainda a bastarda D. Constança Sanches. A tradição diz que viveu no Mosteiro das Donas de Santa Cruz, que estava junto ao Convento dos Religiosos e que possuía grandes rendas, as quais distribuiu com piedade e grandeza. Dizem que lhe apareceram os gloriosos S. Francisco e Santo António e que  morreu com fama de Santa a 8 de Agosto de 1269. O seu corpo foi encontrado inteiro e incorrupto no tempo del rei D. Manuel. Jaz em Santa cruz de Coimbra.

19)D. Teresa Sanches, que foi a segunda mulher de Afonso Teles de Menezes, Rico Homem e Senhor de Albuquerque, também era bastarda de D. Sancho I. Deste fecundo consórcio procedem muitas casas Ilustres de Portugal, como os Menezes, Cantanhede, Tarouca e outras.

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