domingo, 16 de outubro de 2011

De: «O Leopardo» (Il Gattopardo) de G. Tomasi de Lampedusa

«O Leopardo» (Il Gattopardo) de G. Tomasi de Lampedusa

Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo, 2000 Abril/Controljornal

«Membro de uma linhagem que durante séculos nunca soubera fazer a soma das suas despesas ou a subtracção das suas dívidas...»

« O Rei... o actual não passava de um seminarista vestido de general.»

«... mobiliário asqueroso (exactamente como a monarquia dos Bourbons)...»

«Era o próprio Príncipe quem deitava a sopa nos pratos, grata tarefa símbolo das atribuições alimentares do pater familias. »

«Jovens sinistros de calças largas discutiam naquela voz de baixo que têm os sicilianos quando estão furiosos.»

«Quando nos casámos tudo isso me excitava; mas agora... tivemos sete filhos, sete; e nunca lhe vi o umbigo. Será justo?»

«SE QUEREMOS QUE TUDO CONTINUE COMO ESTÁ, É PRECISO MUDAR TUDO.»

«Muita coisa ia acontecer, mas tudo não passaria de uma comédia, uma ruidosa e romântica comédia com algumas manchas de sangue nos trajos burlescos.»

«... uma daquelas batalhas que se travam para tudo ficar na mesma.»

«... acordado aos primeiríssimos alvores, imerso no suor e no fedor, não pudera deixar de comparar aquela repugnante viagem com a sua vida. (...) Essas fantasias matinais eram o que de pior podia acontecer a um homem de meia-idade; (...) ... porque já tinha experiência bastante para saber que deixavam no fundo da alma um resíduo de luto, que se ia acumulando de dia para dia e que acabaria por ser a verdadeira causa da morte. »

«Um homem de quarenta e cinco anos pode pensar que ainda é jovem até ao momento em que descobre que tem filhos em idade de amar.»

«...o amor. Fogo durante um ano, cinzas durante trinta.»

«... mas como a volúpia de gritar «a culpa é tua!» é a mais forte que uma criatura humana pode saborear, todas as verdades e todos os sentimentos soçobraram.»

«... e a obedecerem ao provérbio milenário que aconselha a preferir um mal já conhecido a um bem que não se experimentou.»

«Foram os melhores dias da vida de Tancredi e de Angelica, vidas que viriam depois a ser tão diversas, tão pecaminosas sobre o invevitável fundo de dor. Nessa altura porém não o sabiam e ambicionavam um futuro que julgavam mais concreto, embora depois se revelasse apenas de fumo e de vento. Quando já eram velhos e inutilmente sábios, os seus pensamentos regressavam a esses dias com uma insistente saudade...»


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