História de Freixo de Espada à Cinta e imagem de 1860 do antigo brasão
A VILA DE FREIXO DE ESPADA Á CINTA
Esta vila está edificada na província de Trás os Montes, a uma légua de distancia do rio Douro, que aí divide Portugal de Espanha. Dista da vila da Torre de Moncorvo cinco léguas para sueste.
A época da fundação da vila, a etimologia do seu nome e a origem do seu brasão d armas é tudo matéria duvidosa. João de Barros, nas suas Antiguidades de Entre Douro e Minho, dá lhe por fundador um fidalgo do apelido Feijão, primo de S. Rosendo, que morreu no ano de 977; e diz que, por este fidalgo trazer por armas uns freixos e uma espada, ficaram o freixo e espada por nome e armas á vila.
Se se der credito porém á tradição, foi um capitão godo, chamado Espadacinta, que chegando àquele sitio, cansado de uma batalha e deitando-se á sombra de um grande freixo que ali havia, deu á árvore o nome de Freixo de Espadacinta. Este nome passou á povoação que pouco depois se começou a edificar, a qual, em memoria do caso, tomou por armas um freixo e uma espada em campo vermelho.
No principio do século passado (18), existia junto á igreja matriz um freixo colossal, cercado de assentos, que não sabemos se ainda se conserva e que os habitantes tinham em grande estima, como sendo o próprio daquela lenda.
Deixando estas noticias incertas e vindo a épocas mais conhecidas, diremos que nos primeiros tempos da monarquia, padeceu muito esta vila com as guerras de Castela. Nas dissensões que houve entre el rei D. Afonso II e suas irmãs, entrando os leoneses no reino em favor das infantas, foi a vila por eles roubada e assolada- No reinado seguinte, de D. Sancho II, veio pôr-lhe cerco o infante D. Afonso, filho de D. Fernando III de Castela. Desta vez resistiu valorosamente ao inimigo, que não conseguiu entrar nela.
Deu-lhe foral de vila el rei D. Manuel e tinha voto nas antigas cortes com assento no banco décimo.
Tem uma só paroquia, cujo templo dizem ser obra de el rei D. Dinis. Atribui-se ao mesmo monarca a fundação do seu castelo, que se ergue sobre um oiteiro contiguo á povoação.
Ha na vila umas dez ermidas e doze fontes de má agua. A população anda por mil e trezentos habitantes. As principais produções do termo são azeite, cereais, vinho e poucas frutas. Cria porém bastante gado. Também tem criação de bichos de seda, que outrora constituiu um ramo muito importante da sua industria, exportando para todo o reino muita variedade de manufacturas de seda, principalmente tafetás e meias. Hoje, como a maior parte das povoações de Trás os Montes, acha-se em muita decadência pela falta de boas comunicações.
Por Ignacio de Vilhena Barbosa
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Pelo Censos de 2011 Freixo de Espada à Cinta conta com 3798 habitantes
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