História: O chafariz de Belém, Lisboa (imagem de 1860)
Este chafariz, como se pode ver pela nossa gravura, é elegante, e todo ele de boa cantaria. Os quatro golfinhos que lhe servem de bicas, estavam guardados desde muito tempo n' um telheiro a S. Pedro de Alcântara, dizendo alguns que se haviam tirado do antigo chafariz do Rossio; mas o sr. José Sérgio Veloso de Andrade, arquivista da câmara municipal de Lisboa, na excelente memoria que publicou em 1851 sobre os chafarizes e fontes desta cidade, e ao qual se devem estas noticias acerca do de Belém, julga que estes golfinhos estavam destinados para o grandioso chafariz que se projectava fazer no Campo de Santa Ana, nos fins do século passado. Diz ele também que são obra do escultor português António Gomes, o qual, como autor deles, não achámos nomeado nas fidedignas Memorias das vidas e obras dos artistas nacionais, coligidas por Cyrillo Volkmar Machado.
Este chafariz de Belém, com o custo das expropriações, novos encanamentos, jornas e materiais, importou em 11 800$000 rs.
Não será descabido dizermos para remate, que o artista Alexandre Gomes, que esculpiu os golfinhos que se aplicaram a este chafariz, é juntamente autor dos quatro tritões que já estiveram postos no tanque do passeio publico, e hoje não sabemos onde os sumiram; e igualmente das duas figuras do Tejo e Douro, que ainda se acham no mesmo passeio, assim como das quatro carrancas que actualmente estão no chafariz de Alcântara. Todas estas esculturas fez o dito estatuário Alexandre Gomes por 3000$000 rs. para o projectado chafariz do Campo de Santa Ana, de cujo desenho contamos dar copia em gravura.
Archivo pittoresco, Volume 3, 1860
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