
Navegação de Cabotagem, Jorge Amado
«(...) não receber o Nobel não me aflige, nunca pensei merecê-lo, conheço meus limites melhor que qualquer dos críticos que desancam meus livros. Ao demais opino ser um infeliz o escritor que trabalha e cria em função de prémios e honrarias, mesmo quando o prémio é porreta, a grana supimpa e o candidato a candidato é merecedor; se rebaixa, faz-se pequeno, desmerece a sua criação.
Conheço alguns desses aflitos no Brasil e em Portugal, vivem em correria e ansiedade que seriam dramáticas se não fossem cómicas. Sofrem horrores nas agruras da competição, da cavação, rastejam no delírio da autopromoção, oferecem triste, ridículo epectáculo. Para eles o Prémio Nobel não é sonho, é pesadelo. »
Jorge Leal Amado de Faria (Itabuna, 10 de agosto de 1912 — Salvador, 6 de agosto de 2001)
A 6 de Agosto de 2011 cumprem-se 10 anos da morte de Jorge Amado. Continua bem vivo em todos os seus leitores!
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