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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

História de Miranda do Douro e imagem de 1860 do antigo brasão



História de Miranda do Douro e imagem de 1860 do antigo brasão


A CIDADE DE MIRANDA DO DOURO

Na parte mais meridional da província de Trás os Montes, onde o Douro a separa do reino de Leão, ergue-se a cidade de Miranda, sentada sobre fragas, em lugar montuoso, na margem direita daquele rio.


Apesar da antiguidade e diversos nomes romanos, que o autor da Corographia Portugueza atribui a esta povoação, parece com melhor fundamento que teve principio no governo de D. Afonso Henriques, sendo simplesmente infante. E há quem date a fundação do ano de 1136. O que é provável, atendendo ás guerras que o moço D. Afonso Henriques sustentou contra seu primo, rei de Leão, é que edificasse naquele ano o castelo de Miranda, como atalaia e guarda daquela fronteira contra as invasões dos leoneses e que, depois conforme o costume e necessidades desses tempos, os moradores dos campos fossem procurando o abrigo da nova fortaleza e construindo casas em volta de suas muralhas.

Crescendo a povoação, levantou se em torno dela, para sua defensa, uma cerca de muros com suas torres e portas. Porém, todas estas fortificações, por mal construídas ou pelo efeito natural das guerras, achavam-se em grande ruína no fim de século e meio- El rei D. Dinis começou a reconstrui-las no ano de 1294 e no de 1297 fez a Miranda vila, dando-lhe foral com muitos privilégios.

As tristes causas, que ali tinham atraído habitantes vieram por fim a cessar, mas a povoação teve depois maior incremento pelas causas opostas àquelas. A longa paz trouxe relações amigáveis ás duas nações rivais e o comercio em breve fez prosperar as povoações de uma e outra fronteira.

Querendo el rei D. João III remediar alguns males que se davam no arcebispado de Braga, por causa da demasiada extensão do seu território, resolveu tirar-lhe a província de Trás os Montes e criar nela um bispado. Impetrou portanto a erecção da nova diocese, que lhe foi concedida por bula do papa Paulo III, de 22 de Maio de 1545. A sede episcopal foi colocada em Miranda, que por esse motivo foi elevada pelo mesmo monarca á categoria de cidade.

Entre os foros e privilégios concedidos por D. João III á nova cidade, foi um deles a prerogativa de enviar procuradores ás cortes, destinando-se-lhes para assento o quarto banco- A alcaidaria mor foi dada aos marqueses de Távora. Não sabemos se o seu brasão de armas lhe foi concedido também por essa ocasião. Consiste num escudo coroado, tendo no meio um Castelo com três torres e sobre a torre do centro, a lua em quarto crescente, com as pontas voltadas para baixo. A fortaleza dizem que comemora a fundação da cidade, que teve principio no seu castelo; e a lua em crescente, querem que signifique a esperança ou o prognóstico do engrandecimento sucessivo da povoação.

Na porfiosa luta da restauração da nossa independência, no século XVII, padeceu a cidade de Miranda, como todas as povoações da raia. Por essa ocasião fizeram-se-lhe algumas obras de fortificação e apropriou-se o antigo castelo ao uso da artilharia, para o que se derrubaram as quatro torres que se erguiam nos seus quatro ângulos, até ficarem na altura dos lanços de muro que as unia.

Na guerra da sucessão de Espanha, travada entre esta nação e a França de uma parte e a Inglaterra, Portugal, Holanda e o império Alemanha da outra, foi a cidade de Miranda tomada por traição no dia 8 de Julho de 1710. O sargento mor Pimentel entregou a praça ao marquês de Bay por seis mil dobrões, que recebeu, ficando a guarnição prisioneira de guerra. Porém no ano seguinte, foi esta afronta vingada por D. João Manuel, conde da Atalaia, que depois de um curto mas rigoroso cerco, tomadas as obras de defesa exteriores e aberta a brecha na muralha, fez render a praça por capitulação aos 15 de Abril, entregando-se a guarnição prisioneira de guerra.

Rebentando novas hostilidades entre os dois países em 1762, o exercito espanhol, comandado pelo marquês de Sarria, invadiu e assenhoreou-se de quase toda a província de Trás os Montes. Até ao ano seguinte, em que se fez a paz, padeceu Miranda infinitas vexações.

Em 1770 foi desmembrado o bispado de Miranda, criando-se com o território que se lhe tirou o bispado de Bragança. Dez anos depois, foram outra vez reunidas as duas dioceses, pela bula de 27 de Setembro de 1780, mas então perdeu a cidade de Miranda a sua preeminencia eclesiástica. A sede episcopal transferiu-se para a cidade de Bragança.

Na grande luta que Portugal sustentou no começo deste século (19), contra o poder da Espanha e da França, que pretendiam unidas avassala-lo e dividi-lo, Miranda e toda a província do Trás os Montes foram vítimas de invasões assoladoras e também glorioso teatro do heróico esforço que, secundando o grito de independência levantado em outras terras do reino, tanto contribuiu para libertar o país dos seus opressores.

Dos muitos e diversos prejuízos que a cidade teve, em meio de tantas vicissitudes e desgraças, não a tem ressarcido o tempo, antes pelo contrario, porque nas variadíssimas adversidades porque tem passado Portugal, desde a paz geral de 1815, até hoje, Miranda com toda a província de Trás os Montes é a parte mais queixosa do reino. Enquanto que no resto do país se operam melhoramentos, que o vão transformando dando-lhe seguras condições de prosperidade, aquela província jaz como desligada do reino, á falta de comunicações fáceis e jaz também em grande torpor e decadência, á mingua de industria e movimento. Ainda agora é que o progresso começa a bater ás portas desta província.


Não tem esta pequena cidade mais que uma paroquia, que é um templo do três naves edificado por el rei D. João III para servir de catedral e quem durante quase dois séculos e meio, gozou dessa honra.

Além desta igreja, os seus principais edifícios são a casa da Misericórdia, hospital e o seminário, construído pouco antes da extinção do bispado de Miranda. Dentro e fora da cidade há varias capelas. Não há fontes no recinto dos muros, mas sim muitos poços, mais excedentes pela quantidade da agua que possuem que pela qualidade desta. Junto porém á cidade há quatro fontes.

Miranda ainda conserva o seu velho castelo e cerca de muralhas, com três portas, tudo em estado de mais ou menos ruína. A sua posição é mais defensável por natureza, que por arte, pois que além daquelas antigas fortificações, a sua principal defensa consiste num forte construído junto à cidade na época da restauração de 1640.

O clima é tão frio e áspero no inverno e tão ardente no verão que há ali um rifão que diz: «em Miranda há nove meses de inverno e três de inferno.» Nesta ultima estação secam-se de ordinário as ribeiras dos seus subúrbios e desaparece ou definha-se a vegetação.

O rio Douro corre mui perto da cidade, apertado e violento e tem aí um pequeno porto. Também na sua vizinhança passa o rio Fresno, que desagua no Douro e tem uma ponte de pedra, e junto dela uma fonte que é alimentada por um aqueduto que vem sobre arcos desde o sitio de Vilarinho.

Apesar de ser bastante pedregoso, o termo produz muitos cereais, legumes, vinho, frutas e gado. A principal industria da povoação consistia há tempos e julgamos que ainda hoje, em curtimentos de coiros e em certos tecidos de lã ordinários, para consumo da localidade. Conta a cidade uns quatrocentos e tantos fogos.


Por Ignacio de Vilhena Barbosa


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Pelo Censos 2011 Miranda do Douro conta com 7462 habitantes


Freguesias de Miranda do Douro (com os nomes em Mirandês entre parênteses) 

Águas Vivas (Augas Bibas), Atenor (Atanor), Cicouro (Cicuiro), Constantim (Custantin), Duas Igrejas (Dues Eigreijas), Genísio (Zenízio), Ifanes (Anfainç), Malhadas, Miranda do Douro (Miranda de L Douro). Palaçoulo (Palaçuolo), Paradela, Picote (Picuote), Póvoa (Pruoba), São Martinho de Angueira (San Martino), Sendim (Sendin), Silva (Silba), Vila Chã de Braciosa (Bila Chana de Barceosa) 

domingo, 9 de outubro de 2011

História de Freixo de Espada à Cinta e imagem de 1860 do antigo brasão



História de Freixo de Espada à Cinta e imagem de 1860 do antigo brasão

A VILA DE FREIXO DE ESPADA Á CINTA

Esta vila está edificada na província de Trás os Montes, a uma légua de distancia do rio Douro, que aí divide Portugal de Espanha. Dista da vila da Torre de Moncorvo cinco léguas para sueste.

A época da fundação da vila, a etimologia do seu nome e a origem do seu brasão d armas é tudo matéria duvidosa. João de Barros, nas suas Antiguidades de Entre Douro e Minho, dá lhe por fundador um fidalgo do apelido Feijão, primo de S. Rosendo, que morreu no ano de 977; e diz que, por este fidalgo trazer por armas uns freixos e uma espada, ficaram o freixo e espada por nome e armas á vila.

Se se der credito porém á tradição, foi um capitão godo, chamado Espadacinta, que chegando àquele sitio, cansado de uma batalha e deitando-se á sombra de um grande freixo que ali havia, deu á árvore o nome de Freixo de Espadacinta. Este nome passou á povoação que pouco depois se começou a edificar, a qual, em memoria do caso, tomou por armas um freixo e uma espada em campo vermelho.

No principio do século passado (18), existia junto á igreja matriz um freixo colossal, cercado de assentos, que não sabemos se ainda se conserva e que os habitantes tinham em grande estima, como sendo o próprio daquela lenda.

Deixando estas noticias incertas e vindo a épocas mais conhecidas, diremos que nos primeiros tempos da monarquia, padeceu muito esta vila com as guerras de Castela. Nas dissensões que houve entre el rei D. Afonso II e suas irmãs, entrando os leoneses no reino em favor das infantas, foi a vila por eles roubada e assolada- No reinado seguinte, de D. Sancho II, veio pôr-lhe cerco o infante D. Afonso, filho de D. Fernando III de Castela. Desta vez resistiu valorosamente ao inimigo, que não conseguiu entrar nela.

Deu-lhe foral de vila el rei D. Manuel e tinha voto nas antigas cortes com assento no banco décimo.

Tem uma só paroquia, cujo templo dizem ser obra de el rei D. Dinis. Atribui-se ao mesmo monarca a fundação do seu castelo, que se ergue sobre um oiteiro contiguo á povoação.

Ha na vila umas dez ermidas e doze fontes de má agua. A população anda por mil e trezentos habitantes. As principais produções do termo são azeite, cereais, vinho e poucas frutas. Cria porém bastante gado. Também tem criação de bichos de seda, que outrora constituiu um ramo muito importante da sua industria, exportando para todo o reino muita variedade de manufacturas de seda, principalmente tafetás e meias. Hoje, como a maior parte das povoações de Trás os Montes, acha-se em muita decadência pela falta de boas comunicações.

Por Ignacio de Vilhena Barbosa


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Pelo Censos de 2011 Freixo de Espada à Cinta conta com 3798 habitantes

Freguesias de Freixo de Espada à Cinta 

Fornos
Freixo de Espada à Cinta
Lagoaça
Ligares
Mazouco

domingo, 18 de setembro de 2011

História de Bragança e brasão antigo (imagem de 1860)



História de Bragança e brasão antigo (imagem de 1860)

A CIDADE DE BRAGANÇA


Está assentada a cidade de Bragança em campo plano, quase no extremo da província de Trás os Montes, de que é capital.

A sua origem é tão antiga, que alguns antiquários a envolvem em fábulas, atribuindo a um suposto rei Brigo IV, que dizem a fundara mil novecentos e seis anos antes do nascimento de Cristo, e que do seu nome se chamara Brigantia e depois Bragança.

O que parece mais averiguado é que já existia no tempo do domínio romano, e que o imperador Augusto César lhe pôs o nome de Juliobriga, cidade de Júlio, em memoria de Júlio César; pois é quase fora de duvida que na linguagem dos antigos lusitanos briga significava cidade ou povoação.

Nas diversas invasões que assolaram e sujeitaram este nosso país, correu Bragança a sorte das mais terras da Lusitânia, ora destruída ora reedificada, hoje senhoreada por uns, logo por outros. Sob a dominação dos godos e dos reis de Leão, foi governada por condes, pessoas das principais famílias da península.

Levantada das suas ruínas no reinado de D. Afonso Henriques, foi novamente povoada em 1187 por ordem de D. Sancho I, que lhe deu grandes foros e privilégios.

O senhorio de Bragança, depois de ter pertencido a diversas pessoas, foi dado a titulo de ducado, pelo infante D. Pedro, sendo regente em nome de seu sobrinho el rei D. Afonso V, a D. Afonso, seu irmão natural, filho reconhecido del rei D. João I, que foi o primeiro duque de Bragança.


Esta cidade é sede de um bispo e de um governador civil. Divide-se em duas partes, uma chamada «a vila», e outra que se nomeia a cidade. A primeira é mais antiga, e nela se acha o castelo, monumento de muita antiguidade, bem conservado e digno de ver- se.


Os habitantes, que andam por quatro mil, repartem-se por duas paroquias, uma das quais é catedral. Há na cidade três praças e um grande terreiro. Uma das praças está dentro dos muros do castelo, e nela se erguem a casa da câmara e o Pelourinho.


Teve dois conventos de frades, o dos jesuítas, fundado em 1561, e o de S. Francisco, de franciscanos, cuja fundação se atribui ao próprio S. Francisco de Assis, que diz a tradição, viera àquela cidade, e que nos arquivos da câmara se guarda uma escritura com a sua assinatura. De freiras também teve dois, o de Nossa Senhora da Assunção, de religiosas da regra de Santa Clara, edificado no fim do século XVI pela duquesa de Bragança, D. Catarina; e o de S. Escolástica, de freiras bentas. Um destes foi extinto em 1853 pela morte da ultima freira.

Tem casa e hospital da Misericórdia e varias ermidas dentro e fora da cidade.

O pequeno rio Fervença banha os muros da cidade. Bragança foi celebrada outrora pelos magníficos veludos, damascos e outras fazendas de seda, que aí se fabricavam. Esta industria porém decaiu. O termo produz muito milho e legumes, vinho verde, e cria- se nele algum gado.

Bragança gozava da regalia de enviar procuradores ás antigas cortes os quais se assentavam no quarto banco. Tem por brasão de armas um escudo coroado e nele um castelo de prata em campo azul e sobre um prado verde.

Por Ignacio de Vilhena Barbosa

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Pelo Censos 2011 Bragança tem 35 319 habitantes


Bragança capital do Distrito de Bragança

As freguesias do concelho Bragança 
Alfaião, Aveleda, Babe, Baçal, Calvelhe, Carragosa, Carrazedo, Castrelos, Castro de Avelãs, Coelhoso, Deilão, Donai, Espinhosela, Faílde, França, Gimonde, Gondesende, Gostei, Grijó de Parada, Izeda, Macedo do Mato, Meixedo, Milhão, Mós, Nogueira, Outeiro, Parada de Infanções, Paradinha Nova, Parâmio, Pinela, Pombares, Quintanilha, Quintela de Lampaças, Rabal, Rebordainhos, Rebordãos, Rio de Onor, Rio Frio, Salsas, Samil, Santa Comba de Rossas, Santa Maria, São Julião de Palácios, São Pedro de Sarracenos, Sé, Sendas, Serapicos, Sortes, Zoio

Eleições Autárquicas - 11/10/2009

Votação por Partido em BRAGANÇA
PSD: 10345/ 48,1% - 4 mandatos
PS: 5916/27,5% - 2 mandatos
msp: 3465/ 16,1% - 1 mandato

Candidatos Eleitos pelo Circulo: Bragança

PPD/PSD - António Jorge Nunes
PS - Jorge Manuel Nogueiro Gomes
PPD/PSD - Rui Afonso Cepeda Caseiro
msp - Humberto Francisco da Rocha
PPD/PSD - Maria de Fátima Gomes Fernandes
PS - José Leonel Branco Afonso
PPD/PSD - Hernâni Dinis Venâncio Dias

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

História Carrazeda de Ansiães e antigo brasão (imagem de 1860)



História Carrazeda de Ansiães e antigo brasão (imagem de 1860) 

Acha-se esta vila assentada no cume de um alto monte, a quatro léguas a oeste da vila da Torre de Moncorvo, uma das principais da província de Trás os Montes, e a uma légua para o norte do rio Douro. Correm-lhe também próximo, deixando-a no centro, os rios Sabor e Tua.

Da sua fundação nenhuma noticia temos encontrado, mas supomos que tem uma origem antiquíssima. A circunstancia de lhe ter dado foral el rei D. Afonso Henriques e, com mais razão ainda, varias inscrições de caracteres desconhecidos gravados em diversas pedras, que se vêem na sua igreja matriz e no castelo, dão por certo bom fundamento a esta nossa opinião.

O grande e bem construído castelo, cercado de altas torres, que outrora defendia esta vila, e os grossos muros que a cingiam, hoje tudo arruinado, mostram evidentemente que Ansiães foi, em tempos remotos, uma grande povoação, como fora uma importante posição militar, pela natureza do terreno e pelas obras de arte. A tradição dos habitantes, mais do que memorias escritas, confirmando isto, acrescenta que esta vila padeceu apertados cercos e resistiu vitoriosamente a vários assaltos de tropas castelhanas, do que lhe provém o seu brasão de armas, que é um escudo com um castelo e a seguinte letra: Ansiães leal no reino de Portugal. Segundo a mesma tradição, houve uma grande batalha em que os nossos foram vencedores, por ocasião de um destes cercos, num vale não muito longe daqui, que pelo avultado numero de mortos que nele se enterraram depois do combate, se ficou chamando o Ribeiro da Osseira, nome que ainda conserva.

O que a tradição não refere, nem os nossos autores, pelo menos que nós saibamos, é a época da florecencia desta vila e as causas certas que produziram a sua decadência. Esta mesma incerteza e falta de noticias, provam que tanto a sua prosperidade como a sua decadência são factos de muita antiguidade. Entretanto as causas prováveis de se haver despovoado e reduzido tanto que mais parece aldeia do que vila, foram talvez a aspereza do clima, que é extremamente frio, o desconforto da situação, que por todos os lados é açoitada do vento, e a falta de agua para uma povoação numerosa. O que é certo é que de tantas famílias nobres que ainda ali existiam no meado do século XVI, já não conta uma só. Pouco a pouco todas foram abandonando esta terra inóspita.

O seu castelo, apesar de se achar em bastante ruína, ainda deixa ver a grandeza e solidez da sua construção. A torre principal era de muita altura e chamava-se Torre do Sol. Tinha este castelo duas portas; saindo da principal, vê-se á esquerda uma pedra com uma inscrição em caracteres que não são romanos, nem góticos, nem árabes. A vila está encostada ás muralhas deste castelo pelo lado do oriente.

A única paroquia de Ansiães é a igreja de S. Salvador, situada próximo da porta do castelo. Não se sabe quando foi fundada, porém a sua fabrica deixa conhecer que é antiquíssima, apesar de algumas obras de reedificação também antigas. A porta principal, de arco de volta redonda e toda ornada de figuras é muito curiosa. Numa coluna do arco está uma inscrição antiga, de caracteres romanos, e dentro da igreja, entrando da parte esquerda, vêem-se três inscrições em caracteres semelhantes aos da inscrição do castelo.
Ansiães, apenas habitada de algumas famílias de lavradores, acha-se reduzida, como dissemos, ás proporções de uma pobre aldeia. A sua paroquia pouco mais conta de uns cinquenta fogos, e destes nem todos dentro da vila. Todavia o seu termo abunda em trigo, centeio, cevada, milho, legumes, castanhas, azeite, vinho e frutas, que exporta para a cidade do Porto e vão embarcar á foz do Tua, que lhe fica perto e onde tem o seu porto comercial.

No lugar do Pombal, pertencente ao seu termo, há uma boa nascente de águas de caldas, muito estimadas, e ás quais concorrem muitos enfermos, e no monte chamado a Reborosa tem minas de estanho, bem como nos lugares de Luzelos e Marzagão, as quais já estiveram em lavra por conta do estado no começo do reinado del rei D. João V.

Foram naturais de Ansiães, entre outras pessoas distintas, D. Manuel de Sousa, arcebispo primaz de Goa, e Lopo Vaz de Sampaio, oitavo governador da Índia.



Por Ignacio de Vilhena Barbosa

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Pelo Censos 2001 Carrazeda de Ansiães tem 6322 habitantes

Carrazeda de Ansiães é uma vila do Distrito de Bragança.

O concelho tinha sede na antiga vila de Ansiães (Carrazeda de Ansiães); as suas ruínas, a sul da actual sede concelhia, situam-se perto da aldeia de Lavandeira. O concelho obteve foral em 1075, tendo o estatuto de vila sido confirmado por alvará de D. João V de 6 de Abril de 1734. No século XIX a sede concelhia foi transferida de Ansiães para Carrazeda, e a antiga vila foi abandonada.

As freguesias de Carrazeda de Ansiães são as seguintes:
Amedo, Beira Grande, Belver, Carrazeda de Ansiães, Castanheiro, Fontelonga, Lavandeira, Linhares, Marzagão, Mogo de Malta, Parambos, Pereiros, Pinhal do Norte, Pombal, Ribalonga, Seixo de Ansiães, Selores, Vilarinho da Castanheira, Zedes

Eleições Autárquicas - 11/10/2009

Votação por Partido em CARRAZEDA DE ANSIÃES

PSD/PP - 1766/35,4% - 2 mandatos
cp - 1699/ 34% - 2 mandatos
PS - 1169/ 23,4% - 1 mandato 


Candidatos Eleitos pelo Circulo: Carrazeda de Ansiães

PPD/PSD . CDS-PP - JOSÉ LUÍS CORREIA
cp - MARIA OLÍMPIA DO NASCIMENTO CASTRO CANDEIAS
PS - AUGUSTO DOS SANTOS FAUSTINO
PPD/PSD . CDS-PP - ADALGISA MARIA CAPELA RODRIGUES BARATA
cp - MARCO DE JESUS AZEVEDO FERNANDES

quarta-feira, 29 de junho de 2011

História de Mirandela e imagem antiga de 1850


História

Mirandela em 1850

Imagem de 1850

Mirandela, cuja população há tomado um incremento progressivo, está edificada cm 41º e 2' de latitude setentrional, e 11º e 36' de longitude, á margem esquerda do rio Tua, centro da província de Trás os montes. Sua altura sobre o nível do mar é de 208 metros.

É controverso quando e por quem foi fundada, bem como a etimologia da sua actual denominação; parece-nos todavia que será coeva dos mouros, e que fosse talvez seu fundador o chamado rei Orelhão, que governou por estes sítios, habitando a íngreme e dilatada serra de Santa Comba, onde construiu uma ermida com esta invocação, constando tradicionalmente que, ficando esta vila fronteira àquela, denominaram-na Á mira dela depois Mira-nela e por último Mirandela.

Ainda hoje se repete esta lenda, que alguns invertem, e que coincide com esta tradição:

Mira nella, Mira nella,
Mira-te bem ficarás nella.
Quem nella bem se mirou
Nella se ficou

Mas seja qual for a etimologia da sua denominação, o que é positivo e o que diz o padre António de Carvalho, autor da Corog. Port. notando que ela fora elevada a categoria de vila por el rei D. Afonso III, que lhe deu foral pelos anos de 1288; sendo posteriormente reformado por el rei D. Manuel, no 1º de Julho de 1512; o autografo existe no arquivo da câmara.

É banhada pelo Tua, rio que tendo sua nascente junto ao lugar de Aziveiro, na Galliza, é animado pelos rios Tuella e Rabaçal. Corre aquele direito ao meio dia, e estes de norte a sul, convergindo sempre, até se reunirem sob um ângulo agudo meia légua distante desta vila, perdendo aí seus nomes para tomarem em sinal de fraternização o de rio Tua.

É assaz caudaloso, passando todo espraiado debaixo da bela ponte de granito (obra dos romanos) a mais extensa do nosso país, apresentando em frente da vila uma largura considerável; de sorte que, quando transborda do seu leito, mostra um formoso e respeitável lago, querendo imitar, por suas orlas verdejantes, as amenidades do Mondego, em Coimbra.

Foi antigamente murada com débil muro, e fechada com três portas, do que ainda hoje conserva alguns vestígios.

Eleva-se no meio dela o magnifico palácio do marquês de Távora, que oferece aos olhos do viandante, que entra pelo lado do ocidente uma perspectiva pitoresca.

Infelizmente este amplo edifício, primor da arquitectura gótica, vai-se desmantelando; sendo muito para lamentar que não seja aproveitado por alguém ou mais convenientemente pelo governo, para residência futura do magistrado supremo do distrito, cuja transferencia esperançosa é reclamada por bem fundadas razões de utilidade pública.

A vila era foreira a este marquezado, cuja eminente hierarquia é oriunda segundo a historia nos relata, do combate corajosamente travado por D. Thedão contra os árabes, nas margens do rio Távora, donde tomou titulo.

Próximo a este edifício vê-se a igreja matriz, outrora Colegiada, que foi reedificada segundo o gosto antigo em 1698, exercendo a reitoria João Pinto Cardoso. Tem bastante elegância e suficiente capacidade, em proporção dos habitantes.

Tem também Casa de Misericórdia, construída na praça pública no ano de 1518, reinando o sr D. Manuel; assim como um convento pertencente aos extintos frades Trinos calçados, principiado a edificar numa eminência próxima, extra-muros, ao Escurial, em 1818 mas não ultimado. Para esta casa, situada ao nordeste, transferiram sua residência em 1821, deixando a primitiva habitação da Misericórdia, de onde saíram a esforços desta irmandade, precedendo todas as formalidades legais.

É hoje com sua bela e fértil cerca propriedade particular.

De resto não conta outros edifícios que mereçam atenção, a não ser a casa da municipalidade, concluída apenas de paredes, dando começo o impulso a esta obra, em 1817, o então juiz de fóra José Manoel Tinhela.

Assim jaz, e já perdemos as esperanças de que se conclua.

As ruas são na generalidade estreitas e sinuosas como as das cidades da idade média, evidenciando assim a sua antiguidade.

Os seus arrabaldes, mormente ao norte, e á margem das duas ribeiras Mercês e Lobos, que confluem a pequena distancia do seu desaguamento no rio, no sitio de S Sebastião, apresentam o mais deleitoso panorama, não só pela maravilhosa extensão de seus campos, como pela fecundidade de seu solo alcatifado das mais úteis produções da natureza, indispensáveis ao homem. I.S.R.C.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Portugal - Eleições 2011 - Resultados Bragança



Resultado das Eleições para a Assembleia da República de 5 de Junho de 2011 - Bragança

PSD - 51,81%, 2 deputados (Em 2009: 40,51%, 2 deputados)
Deputados eleitos pelo PSD em Bragança: Francisco José Viegas, Adão Fonseca da Silva

PS - 26,28%, 1 deputado (Em 2009: 32,98%, 1 deputado)
Deputado eleito pelo PS em Bragança: José Mota de Andrade

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

História: Viagem ao passado de Bragança, imagem de 1849




História

Bragança

Viagem pelo passado de Bragança - imagem de 1849

Bragança, uma das mais antigas cidades do reino, porque se diz fundada em 1906 antes de Cristo, por Brigo, rei de Espanha, é povoação bem situada em uma planície alegre e espaçosa, junto do pequeno rio Fervença, e a légua e meia, pouco mais ou menos, da raia da Galiza. Na dominação romana Bragança foi cidade muito importante, e considerada pelo imperador Augusto com o titulo de Juliobriga. Em tempo dos godos e dos Reis de Leão foi governada por senhores com o titulo do condes. Passou depois a ser senhorio do mosteiro de S. Salvador de Castro de Avelãs, que já existia em 667. Recebeu o seu primeira foral do rei D. Sancho I, em 1187. A antiguidade de mais vulto que se conserva era Bragança, é a cidadela e o castelo. A torre, provavelmente a de menagem, é obra notável, de boa valente e elegante construção. A D. Dinis se atribui a ideia da sua fábrica, mas é indubitável que foi reedificada em grande parte por D. João I, cujas armas se observam no castelo. neste uma pequena cisterna, duas salas subterrâneas de abobada, e outras duas por fora com alguma agua. A pequena distancia encontra-se um poço, com degraus até ao fundo, a que chamam de elrei. Seguem-se umas casas acastelladas que hoje caem em ruínas, pertencentes aos duques de Bragança; nestas casas viveram séculos os alcaides- mores do apelido de Figueiredo Moraes Sarmento, da casa de Avufe, da antiquíssima família dos condes de Ervedoza.

A um lado está o pelourinho, e a grande e formosa igreja de Santa Maria, freguesia e Colegiada. Contigua á sacristia deste templo ha uma sala, obra romana em que a municipalidade celebra as suas sessões; inferiormente observa-se uma pequena cisterna, abundante sempre de muito boa agua.

Para o lado do nascente, vêem-se o excelente e vasto quartel do batalhão de caçadores nº 3, mandado levantar, como muitas outras obras de pública utilidade, pelo general Sepúlveda, que por largos anos governou a província.

Bragança modernamente adquiriu uma funesta celebridade, nas nossas contendas civis, pela capitulação do general Valdez, hoje conde de Bonfim, em 1826.

Foi justamente celebrada pela industria e perfeição das suas manufacturas; houve tempo em que trabalharam em Bragança 300 teares, de cetim, sarjas, nobrezas, tafetás e lenços; e ainda em 1827 funcionavam 60, que empregavam 60 oficiais, 48 aprendizes e 240 mulheres; consumindo anualmente 8,400 réis de seda.

Bragança é ainda capital de um governo civil; porém só a paz e uma administração, que olhe deveras pelas nossas cousas, podem restituir-lhe a perdida prosperidade e importância.


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

História: Torre de Moncorvo - imagem de 1848



História

Torre de Moncorvo, 1848 (imagem)


Na rica e fértil provinda de Traz-os-Montes, próximo do aprazível e espaçoso valle da Vallariça, entre os dois rios Douro e Sabor, e a meia encosta da serra de Roboredo, está situada a nobre villa da Torre de Moncorvo, uma parte da qual, com sua excellente egreja, a nossa estampa fielmente representa.

Não ha notícia do anno em que fora fundada esta povoação; dizem, porém, alguns que a mandara primeiro povoar, em 1140, D. Fernando de Castella e de Leão, a quem chamaram o Magno; outros que fora D. Affonso II de Portugal, em 1215. Em uma e outra hypothese encontram-se algumas dúvidas que, pelo atrasamento em que se acham os estudos archeologicos, entre nós, ainda se não puderam resolver.

Os edifícios, que merecem mais especial menção, são a egreja parochial de Nossa Senhora d'Assumpção, para onde se transferiu a antiga parochia de S. Thiago, templo de largas dimensões e formosa architectura, a casa da misericórdia e o hospital.

Gozava esta villa de grandes privilégios e preeminências, que lhe passaram da villa de Santa Cruz, povoação antiquíssima, que existia a uma legoa de Moncorvo.

Havia allí antigamente uma boa fábrica de saboaria, cujos productos achavam grande consumo na visinha província do Minho, e um armazém e feitoria de linho cânhamo, que se creava nos campos de Villariça, com grande utilidade do reino.

Pela nova divisão do território acha-se esta villa comprehendida no dislricto administrativo de Bragança, e forma com seu termo um concelho, que conta 2 226 fogos.

No antigo systema era cabeça de correição, e residência d'um corregedor, provedor e juiz de fora.

Como povoação principal da província, também os nossos antigos reis se não esqueceram de lhe proporcionar os meios de prover á sua defeza, cercando-a de uma muralha com alguns baluartes redondos e três portas. Para lhe não faltar característico algum d'uma antiga povoação, tem seu castello quadrado, todo de solida cantaria, acompanhado de quatro cortinas, com suas torres e barbacans.

As armas de Moncorvo são um castello com uma torre, e dois corvos um de cada lado. A alcaydaria mór d'esta villa anda na casa dos Sampayos, senhores de Villa Flor.


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

História da Comarca de Bragança em 1755



História

Bragança em 1755



Comarca de Bragança

A Capital desta Comarca (Bragança) he das mais antigas povoações do Reyno por se attribuir a sua fundação a Brigo IV, Rey de Hespanha 1906 annos antes da vinda Christo. Padeceo grandes infortúnios nas irrupçoens dos bárbaros até ser de todo arruinada. ElRey D. Sancho I a povoou (Bragança), e deo foral com grandes privilégios no anno de 1187. Está assentada em 41 gr. e 46 m. de latit. e 22 e sete min. de longitude. (Bragança)Dista legoa e meya da raya de Galliza, oitenta e cinco da Cidade de Lisboa. Sua ameníssima campina he fertilizada pelas aguas do rio Fervença, que também serve de fosso ao recinto de suas muralhas. (Bragança) He praça importante, rica, e povoada, com grande trafico e commercio de sedas, por ser a principal das terras que trata desta utilissima creação em todo o Reyno.

Os moradores se dividem em duas Freguezías, a de Santa Maria e a de S. João Bautista. Priorado da apresentação do Bispo de Miranda, a quem esta Cidade he sujeita no espiritual. No temperal desde o tempo delRey D. Afonso V teve a singularidade de dar titulo, appellido, e património aos Serenissimos Duques de Bragança, e suecedendo o Senhor Rey D. João IV seu oitavo Duque na Coroa, ficou servindo de alimentos aos Serenissimos Príncipes do Brasil, que em segundo lugar coservam a memoria dos seus Reaes predecessores intitulando se Duques desta Cidade (Bragança).

(Bragança) Goza de voto em Cortes com assento no banco quarto. Os edificios publicos que mais a ennobrecem são os Conventos seguintes: de S. Francisco da Observãcia, fundação do mesmo Santo. O de N. Senhora da Assumpção de Religiosas Franciscanas.  O Colegio (Bragança) dos Padres da Companhia de Jesus fundado em 1561. O Mosteiro de S. Escolastica de Religiosos de S. Bento e o Hospital. Na Comarca se comprehende a praça de Chaves, que tem voto em Cortes com assento no banco quinto, e está fortificada ao moderno, com Igreja Collegiada, e Convento de Capuchos da Provincía da Soledade fundado em 1637 e o de Freiras da Ordem da Conceição; e a Villa de Monte alegre praça de consideravel importância na fronteira de Galliza. Toda a Comarca consta de dez Villas e duzentas e quarenta e oito Freguezias com perto de trinta mil fogos e de setenta mil almas.





Descripçam corografica do reyno de Portugal, 1755

História: Miranda do Douro em 1755



História



Comarca de Miranda 

A Cidade de Miranda foy conhecida da antiguidade com os nomes de Sepontia, Paramica, e Contium, mas destruida com continuas guerras, e irrupçoens dos Bárbaros a povoou de novo D. Affonso I pelos annos de 1136 sobre as margens do rio Douro, oitenta legoas distante de Lisboa, em quarenta e hum g. e 25 min. de lat. e 12 e 25 min. de longitud. EIRey D. Diniz a ennobreceo com formosos, e fortes muros, como fez a quasi todas as povoaçoens do Reyno, e ElRey D. João III lhe deu o titulo de Cidade, erigindo nella huma Sé CathedraI, separando a Cidade, e as terras do seu Bispado da Diecese de Braga pelos annos de 1545.

Goza de voto em Cortes com assento no banco quarto. Os seus vizinhos tem por Freguezia a Cathedral, sumptuosa fundação delRey D João o III. Consta o Cabido de sete Dignidades, a saber: Deão, que apresenta o Bispo com faculdade Real, e quinhentos mil reis de renda, Chantre, Mestre Escola, Thesoureiro mór, Arcediago da Sè, Arcediago de Bragança, dous Cónegos Doutoraes, dous Magistraes, sete Cónegos, seis meyos Cónegos, e oito Capellaens com outros Ministros. Todo o Bispado tem vinte e duas legoas de comprido desde a Cidade de Miranda até a Villa de Monforte, e de largo de Norte a Sul tem dez contadas desde Bragança até Mirandella; consta de trezentas e quatorze Parochias, e desde a sua creação até o presente conta vinte e hum Prelados, e o rendimento da Mesa Episcopal passa de vinte e quatro mil cruzados.

Hoje está esta Cidade fortificada ao moderno com muita perfeição e segurança. Os Castelhanos a tomarão por interprezi mediante as intellegencias, que tinha dentro Marquez de Bai, e a tiveram até que em onze de Março de 1711 a sitiou com cinco regimentos de cavallaria, e onze de infantaria D. João Manoel de Noronha Conde de Atalaya, e a tomou por capitulação a quinze do dito mez, ficando a sua numerosa guarnição prisioneira de guerra. 

Na Comarca se contam quatorze Villas, cento e vinte e duas Parochias com perto de dez mil fogos, e de trinta mil almas, e os Conventos seguintes.

O Convento de Religiosas Franciscanas da Villa de Vinhaes.

O Convento de Religiosos Terceiros de Mogadouro.






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Descripçam corografica do reyno de Portugal, 1755

História da Comarca de Torre de Moncorvo em 1755

Torre de Moncorvo

Torre de Moncorvo em imagem de1848


História


Comarca da Torre de Moncorvo

Em 41 gr. e 2 min. de lat. e 11e 6 min. de long. entre os rios Douro, e Sabor está assentada a nobre Vila da Torre de Moncorvo oitenta legoas distante de Lisboa. Foi fundada por ElRey D. Sancho Il pelos anos de 1216. EIRey D. Diniz lhe deu foral, que depois reformou ElRey D. Manuel em quatro de Maio de 1512.


Tem voto em Cortes com assento no banco treze e nela tem a sua habitação muita e antiga nobreza com notável policia, e distinção no seu tratamento. Os edifícios publicos consistem na Igreja Matriz de nobre arquitectura, dedicada a N. Senhora da Assunção, um Hospital, e extramuros o 9)Convento de S. António dos Capuchos fundado em 1569.

Nesta Vila de Torre de Moncorvo está o armazém, e feitoria dos linhos, e canhamos, que se criam nos campos da Vellariça, fecundados pelas inundações do Douro, e é a cultura de maior importância, que tem o Reino para apresto das armadas, por ter qualificado o uso a sua bondade e fortaleza. Uns annos por outros se recolhem 160 mil arráteis de linho, e se se encanarãem as águas, que mudando frequentemente o seu curso, alagam, e destroem os linhos semeados, se tirara muito maior lucro em utilidade da Provincia, e do Reino todo.

Esta Comarca consta de vinte e seis Vilas, cento e oitenta e duas Freguezias, vinte mil fogos, e perto de sessenta mil almas. Estendese por espaço de dezaseis legoas ds Norte a Sul, e quasi outras tantas de Leste a Oeste.

Os Conventos que nela se acham são os seguintes.

N. Senhora do Vilar da Congregação do Oratório no termo da Torre de Moncorvo.

O Convento de Religiosos Trinos termo de Vilarinho da Castanheira fundado em 1500.

O de Religiosas de S. Bento da Vila de Murça de Panoyas.






Mais sobre Torre de Moncorvo em:




Descripçam corografica do reyno de Portugal, 1755