segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

História: Torre de Moncorvo - imagem de 1848



História

Torre de Moncorvo, 1848 (imagem)


Na rica e fértil provinda de Traz-os-Montes, próximo do aprazível e espaçoso valle da Vallariça, entre os dois rios Douro e Sabor, e a meia encosta da serra de Roboredo, está situada a nobre villa da Torre de Moncorvo, uma parte da qual, com sua excellente egreja, a nossa estampa fielmente representa.

Não ha notícia do anno em que fora fundada esta povoação; dizem, porém, alguns que a mandara primeiro povoar, em 1140, D. Fernando de Castella e de Leão, a quem chamaram o Magno; outros que fora D. Affonso II de Portugal, em 1215. Em uma e outra hypothese encontram-se algumas dúvidas que, pelo atrasamento em que se acham os estudos archeologicos, entre nós, ainda se não puderam resolver.

Os edifícios, que merecem mais especial menção, são a egreja parochial de Nossa Senhora d'Assumpção, para onde se transferiu a antiga parochia de S. Thiago, templo de largas dimensões e formosa architectura, a casa da misericórdia e o hospital.

Gozava esta villa de grandes privilégios e preeminências, que lhe passaram da villa de Santa Cruz, povoação antiquíssima, que existia a uma legoa de Moncorvo.

Havia allí antigamente uma boa fábrica de saboaria, cujos productos achavam grande consumo na visinha província do Minho, e um armazém e feitoria de linho cânhamo, que se creava nos campos de Villariça, com grande utilidade do reino.

Pela nova divisão do território acha-se esta villa comprehendida no dislricto administrativo de Bragança, e forma com seu termo um concelho, que conta 2 226 fogos.

No antigo systema era cabeça de correição, e residência d'um corregedor, provedor e juiz de fora.

Como povoação principal da província, também os nossos antigos reis se não esqueceram de lhe proporcionar os meios de prover á sua defeza, cercando-a de uma muralha com alguns baluartes redondos e três portas. Para lhe não faltar característico algum d'uma antiga povoação, tem seu castello quadrado, todo de solida cantaria, acompanhado de quatro cortinas, com suas torres e barbacans.

As armas de Moncorvo são um castello com uma torre, e dois corvos um de cada lado. A alcaydaria mór d'esta villa anda na casa dos Sampayos, senhores de Villa Flor.


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