terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

História: Viagem ao passado de Bragança, imagem de 1849




História

Bragança

Viagem pelo passado de Bragança - imagem de 1849

Bragança, uma das mais antigas cidades do reino, porque se diz fundada em 1906 antes de Cristo, por Brigo, rei de Espanha, é povoação bem situada em uma planície alegre e espaçosa, junto do pequeno rio Fervença, e a légua e meia, pouco mais ou menos, da raia da Galiza. Na dominação romana Bragança foi cidade muito importante, e considerada pelo imperador Augusto com o titulo de Juliobriga. Em tempo dos godos e dos Reis de Leão foi governada por senhores com o titulo do condes. Passou depois a ser senhorio do mosteiro de S. Salvador de Castro de Avelãs, que já existia em 667. Recebeu o seu primeira foral do rei D. Sancho I, em 1187. A antiguidade de mais vulto que se conserva era Bragança, é a cidadela e o castelo. A torre, provavelmente a de menagem, é obra notável, de boa valente e elegante construção. A D. Dinis se atribui a ideia da sua fábrica, mas é indubitável que foi reedificada em grande parte por D. João I, cujas armas se observam no castelo. neste uma pequena cisterna, duas salas subterrâneas de abobada, e outras duas por fora com alguma agua. A pequena distancia encontra-se um poço, com degraus até ao fundo, a que chamam de elrei. Seguem-se umas casas acastelladas que hoje caem em ruínas, pertencentes aos duques de Bragança; nestas casas viveram séculos os alcaides- mores do apelido de Figueiredo Moraes Sarmento, da casa de Avufe, da antiquíssima família dos condes de Ervedoza.

A um lado está o pelourinho, e a grande e formosa igreja de Santa Maria, freguesia e Colegiada. Contigua á sacristia deste templo ha uma sala, obra romana em que a municipalidade celebra as suas sessões; inferiormente observa-se uma pequena cisterna, abundante sempre de muito boa agua.

Para o lado do nascente, vêem-se o excelente e vasto quartel do batalhão de caçadores nº 3, mandado levantar, como muitas outras obras de pública utilidade, pelo general Sepúlveda, que por largos anos governou a província.

Bragança modernamente adquiriu uma funesta celebridade, nas nossas contendas civis, pela capitulação do general Valdez, hoje conde de Bonfim, em 1826.

Foi justamente celebrada pela industria e perfeição das suas manufacturas; houve tempo em que trabalharam em Bragança 300 teares, de cetim, sarjas, nobrezas, tafetás e lenços; e ainda em 1827 funcionavam 60, que empregavam 60 oficiais, 48 aprendizes e 240 mulheres; consumindo anualmente 8,400 réis de seda.

Bragança é ainda capital de um governo civil; porém só a paz e uma administração, que olhe deveras pelas nossas cousas, podem restituir-lhe a perdida prosperidade e importância.


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