Imagens Milagrosas em Portugal - Santarém
Em Santarém, no Convento de Religiosos Beneditinos adora-se em especial culto, uma devotíssima e milagrosa Imagem de Jesus Cristo crucificado com os braços despregados, estendido o direito, oferecida a mão e curvado o santíssimo Corpo, na mesma postura com que testemunhou há alguns séculos a verdade de uma Pastora que, com lágrimas e verdadeira fé, lhe pedia que justificasse, na presença dos Ministros da Justiça, o seu requerimento, como irrefutável testemunha, que havia sido dos esponsais que lhe fizera certo moço.
Os Sumos Pontífices têm concedido muitas Indulgências aos Confrades daquele Convento, em obséquio da mesma Imagem, de que há Sumário impresso no ano de 1739 na Oficina de Miguel Rodrigues.
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Ainda em Santarém, no Convento Dominicano existe outra devota imagem de Cristo crucificado com o título do Senhor dos Aflitos, ao qual, dizem, que lhe crescem os cabelos da barba e as unhas dos pés; e que falara a um Noviço que queria deixar a Religião, de cujas vozes atemorizado permaneceu e nela acabou santamente.
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Também no Convento de S. Francisco de Santarém, logo à entrada da porta principal, do lado esquerdo, se venera uma devotíssima Imagem de um crucifixo que mandou fazer el Rei D. João I pela sua própria estatura e dele há milagres autênticos.
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Em Santarém, no Convento Dominicano é famosíssima a Imagem do Menino Jesus dos Milagres, não só pela continuada maravilha de crescer evidentemente, mas pelo autenticado prodígio de vir muitas tardes merendar com dois meninos nos degraus do Altar, que com santa e pura sinceridade o convidavam, voltando ele outra vez a colocar-se nos braços da Imagem de Sua Santíssima mãe. Recompensou-lhes depois este convite e a seu feliz Mestre, o Beato Frei Bernardo de Merlans, Sacristão da mesma Igreja, com o eterno banquete da Bem-aventurança, determinando-lhes o dia, que foi o da admirável Ascensão do Senhor, em que foram achados os três no mesmo Altar, o Mestre paramentado com vestes sacerdotais e os meninos discípulos, que lhe serviam de Acólitos, todos de joelhos, com as mãos e os olhos erguidos ao Céu, em cuja postura expiraram. Guardam-se ainda hoje as suas santas relíquias e à prodigiosa Imagem se faz todos os anos solene festa.
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