História das Ordens Religiosas em Portugal - Cónegos de Santo Antão
Deram principio no ano de 1095 a esta Ordem, em França, dois nobilissimos varões, pai e filho, chamados Gastão e Gerino, os quais, livres de um perigosissimo achaque por virtude de Santo Antão, cujo glorioso corpo trazido de Constantinopla se venera em Viena do Delfinado, lhe prometeram fundar esta Ordem, cujos indivíduos se aplicassem a curar os pobres oprimidos do mal chamado de Santo Antão ou fogo sacro, que naquele tempo oprimia as terras do Ocidente. Permaneceram os seus Congregados quase duzentos anos em habito secular, até que, Bonifácio VIII, no ano de 1297, os fez Religiosos e Cónegos com o titulo de Santo Antão, mas debaixo da Regra de Santo Agostinho.
Entraram em Portugal pouco depois da sua confirmação e os seus Prelados se chamavam Comendadores, pelo Tau que traziam na capa, que é uma letra Grega correspondente ao nosso T, a que na dita Ordem chamavam Potentia. Chegaram a ter neste Reino os Conventos seguintes: Santo Antão de Benespera, no Bispado da Guarda; Santo Antão, em Lisboa, ao pé do Castelo; Santo Antão de Marvila, em Santarém; Santo Antão de Aveleiro, Comarca de Pinhel; S. Domingos de Basto, Bispado de Viseu.
Todos estes Conventos estão hoje unidos aos Padres da Companhia, por Bula de Júlio III, do ano de 1550. Chamavam-se estes Conventos Petitorios, os quais, por justas causas, foram proibidos por S. Pio V no ano de 1566, até se extinguirem de todo.
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