domingo, 25 de dezembro de 2011

História de Pinhel e imagem antiga do antigo brasão




História de Pinhel e imagem antiga do antigo brasão (1860)

A CIDADE DE PINHEL 

Esta pequena cidade acha- se situada no cimo e falda meridional de um pouco elevado monte, na província da Beira Baixa, distrito da Guarda, cinco léguas ao nordeste da cidade deste nome, quase outras tantas a leste da vila de Trancoso e quatro da fronteira do reino de Leão. Próximo dos seus muros, pelo lado de leste, corre a ribeira de Riba Pinhel, que a uma légua daí entra no rio Coa.

Não há noticia certa da sua fundação, que todavia alguns autores atribuem aos turdulos, quinhentos anos antes da era vulgar. É igualmente desconhecida a sua historia até ao principio da monarquia, em que el rei D. Afonso Henriques a levantou das ruínas em que jazia, fazendo a povoar e dando lhe foral. D. Sancho I, querendo premiar os grandes serviços prestados pelos moradores de Pinhel nas guerras contra os moiros, deu-lhe novo foral em 1189, concedendo-lhe, entre outros privilégios, não serem obrigados a trabalhar em quaisquer obras de fortificação, não pagarem colheita a el rei e serem isentos do tributo de portagem em todo o reino.

El rei D. Dinis, que muito cuidou na segurança do país, fortificando os lugares da fronteira que mais se prestavam para a defesa, mandou edificar em Pinhel um castelo de cantaria com duas mui altas torres, pelos anos de 1312.

El rei D. José obteve do papa Clemente XIV a criação do bispado de Pinhel em 1770, hoje suprimido e, por esta ocasião, concedeu a esta antiga vila o titulo de cidade. Tinha voto em cortes com assento no nono banco. O seu brasão de armas, conforme está na Torre do Tombo, é um pinheiro verde em campo de prata. Entretanto na casa da câmara daquela cidade vê-se um escudo, tendo de um lado as armas reais e do outro um pinheiro verde com um falcão em cima, intitulando-se Pinhel Falcão guarda mor de Portugal. Dizem que o falcão é uma memoria de um que se tomou a el rei D. João I de Castela na batalha de Aljubarrota. A alcaidaria mor desta cidade andava na casa dos condes de Alvor.

Pinhel é cercada de muros com seis torres e seis portas, chamadas da Vila, de Santiago, de S. João, de Marrocos, de Alvacar e de Marialva.

Parte da povoação está dentro dos muros, com as paroquias de Santa Maria do Castelo e de S. Martinho; parte está fora, com a igreja que serviu de catedral e mais três paroquias que são: Santo André, o Salvador e a Santíssima Trindade.

Tem casa da Misericórdia, fundada pelo doutor João de Videira, natural de Pinhel, hospital, diversas ermidas e um convento de freiras franciscanas da invocação de S. Luís, que fundou pelos anos de 1600, Luís de Figueiredo Falcão, secretario de Filipe III de Espanha. Em 1620 um filho do fundador trouxe de Roma para a igreja deste convento, o corpo de S. Caio, papa e mártir, o qual lhe foi dado pelo sumo pontífice Paulo V.

 A povoação é abastecida d agua por três fontes: a do Passareiro e de Marrocos, no recinto das muralhas; e a do Bispo, fora dele. Desta fonte até á ribeira de Riba Pinhel, que é o espaço de meia légua, estende-se um delicioso vale cheio de hortas regadas por inumeráveis nascentes de excelente agua.

Consiste a principal cultura do termo em cereais, vinho, azeite, legumes e frutas. Há nele criação de gado e caça.

Pinhel conta apenas uns dois mil habitantes.

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Pelo Censos 2011 Pinhel conta com 9615 habitantes

Freguesias de Pinhel

Alverca da Beira, Atalaia, Azevo, Bogalhal, Bouça Cova, Cerejo, Cidadelhe, Ervas Tenras, Ervedosa, Freixedas, Gouveias, Lamegal, Lameiras, Manigoto, Pala, Pereiro, Pinhel, Pínzio, Pomares. Póvoa de El-Rei, Safurdão, Santa Eufémia, Sorval, Souro Pires, Valbom, Vale de Madeira, Vascoveiro

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