segunda-feira, 16 de abril de 2012

História de Portel e imagem do antigo brasão



História de Portel e imagem do antigo brasão

A VILA DE PORTEL 

Na província do Alentejo, distrito administrativo de Évora, seis léguas ao sudoeste da cidade de Évora, e outras seis ao nordeste da cidade de Beja, está situada a vila de Portel, sobre um alto cabeço.

Foi fundada por D. João Pires de Aboim. e seu filho D. Pedro Annes, ricos homens do tempo de el rei D. Afonso III, chamados de Portel por serem os fundadores desta povoação. Foram estes ilustres cavaleiros que deram foral á vila pelos anos de 1262.

Não sabemos quem lhe edificou o seu castelo, talvez fosse el rei D. Dinis, pois que este soberano pôs todo o cuidado e desvelos na defensa do país, fortificando grande numero de povoações e construindo fortalezas em muitos pontos apropriados a esse fim. Do reinado, porém, de D. João I é que data o maior desenvolvimento de Portel, porquanto o Condestável D. Nuno Álvares Pereira fundou a igreja matriz, e os duques de Bragança edificaram aí um palácio onde costumavam passar de vez em quando algum tempo, e também construíram um convento, que nessas eras dava importância e outras vantagens ás pequenas povoações.

Enquanto os duques de Bragança tiveram a sua corte em Vila Viçosa, prosperou a vila de Portel, á sombra do impulso e protecção desta opulenta casa, a cujo estado pertencia e chegou a possuir mais de mil fogos. Depois que esta Augusta família foi elevada ao trono, e também por causa das guerras com Castela, que se sucederam á sua elevação, começou Portel a decair, de tal modo que hoje pouco mais conta de quinhentos fogos.

Gozava esta vila da regalia de enviar procuradores ás antigas cortes do reino, nas quais tomavam assento no banco décimo quinto. O seu brasão de armas compõe-se de sete torres de oiro em campo vermelho, na forma que representa a estampa junta.

Há na vila uma única paroquia, da invocação de Nossa Senhora da Lagoa, cuja primeira fabrica foi obra do Condestável D. Nuno Álvares Pereira. Tem casa de misericórdia, hospital, as ermidas de Santo António, Santo Estêvão e Espírito Santo, dentro da povoação; e fora as de S. Luís, Nossa Senhora da Saúde, Nossa Senhora da Serra, S. Pedro, S. Bento, S. Lourenço, S. Brás, Santa Catarina, Santiago e S. Lázaro.

Teve dois conventos, um de frades paulistas, intitulado de S. Paulo, construído em 1420, e outro de piedosos capuchos, dedicado a S. Francisco e fundado perto da vila, em 1547, por D Teodósio I, duque de Bragança.

O castelo com a sua cerca de muros, ergue-se na parte mais alta da povoação. Dentro está o antigo palácio dos duques de Bragança.

Próximo da vila corre o rio Dejebe. que se vai lançar no Guadiana, a duas léguas dali.

O termo é muito produtivo em toda a variedade de frutos que se cultivam naquela província. Nele há uma serra chamada dos Velhascos, que fica na freguesia de Santa Ana, na qual se encontra muita caça miuda, rasteira e do ar e também corças e javalis.

Na aldeia de Vera Cruz do Marmelar, pertencente também ao mesmo termo, há um rico templo e um palácio que era dos balios da ordem de Malta.

No ultimo sábado de Agosto começa a feira anual de Portel. Porém na aldeia do termo, Vera Cruz do Marmelar, fazem-se duas feiras anuais, uma no 1 de Maio e a outra a 14 de Setembro.

Portel contém uns mil e oitocentos habitantes.

 Por Ignacio de Vilhena Barbosa

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Pelo Censos 2011 Portel conta com 6428 habitantes


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