História
Notícia da Questão Coimbrã (1865)
A polémica entre Antero de Quental e Feliciano de Castilho

Tem chamado a attenção do publico a controvérsia litteraria a que deu causa a publicação de um opúsculo do sr. Anthero de Quental, auctor das Odes Modernas, contra o sr. António Feliciano de Castilho, porque este insigne poeta, na carta junta ao Poema da Mocidade, de Pinheiro Chagas, verberou, como devia, mas urbanamente, o estilo introduzido nas obras dos escriptores chamados da eschola coimbrã, novo gongorismo de que são proselytos os srs. Anthero do Quental, Theophilo Braga e outros.
O referido opúsculo do sr. Anthero, que, a fim de ser comprehendido saiu das nebulosiilades de um estilo ingratíssimo para uma linguagem clara e ao alcance dos simples mortaes provocou já uma engraçada resposta do sr. Manuel Roussado, e uma conscienciosa refutação do sr. Julio de Castilho, filho do grande poeta aggredido.
Em defesa do sr. Anthero escreveu um tal Elmano da Cunha, e dizem que apparecerá um opúsculo do sr. Theophilo Braga, e outro de um escriptor açoriano.
O sr. Pinheiro Chagas já escreveu no Jornal do Commercio a propósito d'este assumpto, mas crê-se que não satisfeito com a audaciosa verrina do auctor das Odes, contra o sr. Castilho publicará um folheto em que patenteará, com toda a sua fealdade, os enormes aleijões com que vem a publico os sectários do novo gonirorismo.
Estes diversos folhetos reunidos formarão, por certo, um grosso e interessante volume.
Sem comentários:
Enviar um comentário