História
Badajoz em 1849
A ESTREMADURA (extrema ora) hespanhola, que o Tejo e o Guadiana dividem em três partes, foi no tempo dos romanos a província mais opulenta, e por ventura, mais importante de toda a península ibérica; era então Merida, Emérita Augusta, a sua capital. Hoje, por diversas causas que seria enfadonho e, talvez, difficil mesmo apontar, é a mais pobre de todas as províncias de Hespanha, segundo a opinião dos que melhor tem estudado a historia e a economia das duas nações peninsulares.
Badajoz, praça de guerra muito celebrada modernamente pelo famoso sitio que nella sustentou brilhantemente contra os exércitos alijados, o general francez Philippon, é a povoação principal da Estremadura hespanhola, senão a mais importante, militarmente considerada.
Badajoz é uma cidade cuja fundação se não soube, ou se não pôde ainda exactamente fixar; é certo porém que no tempo dos romanos rivalisava em riqueza com Emérita Augusta, merecendo, como município, os foros de cidade e o titulo honroso de Pax Augusta; no tempo dos árabes parece não ter sido menos considerada; estes últimos distinguiam-na pelo nome de Bedelaix (paíz, terra salubre).
Entretanto, apezar de tão remota ancianidade, e ao contrário de Merida, que tem conservado largas feições características da sua antiga opulência, não existem em Badajoz monumentos consideráveis que a attestem.
Em compensação, porém, possue uma magnifica ponte de 28 arcos, que rivalisa com o melhor que neste género nos deixaram os romanos. Foi mandada construir por Filippe II, e mede, em comprimento, 1874 pés, e em largura 23.
A cathedral também é um formoso edifício, onde o observador e o viajante encontrarão para admirar as melhores pinturas de Mateo Ceseso e de Morales, natural de Badajoz.
Tirado daqui não se encontra nesta cidade cousa notável que ver; accrescendo que o seu aspecto tem muito do caracter peculiar do habitante da Extremadura; é grave, severo, melancholico mesmo.
A três léguas de distancia, na nossa província do Alentejo, está assentada a forte praça de Elvas, Badajoz e Elvas são, pois, como duas sentinellas avançadas das duas nações peninsulares; firmes e caladas, negras e tristes como deve de ser a imagem dos ódios mal extinctos, que até hoje as tem desastradamente isolado uma da outra. A nossa estampa representa uma das portas da praça.
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