História
Vila Viçosa
Viagem ao passado do Paço Ducal de Vila Viçosa, imagem de 1849
As nossas antigas historias referem largamente as grandezas e primores da casa de Bragança; e, na verdade, com quanto seja certo ,que se devem supor um tanto exageradas semelhantes narrações, fica ainda indubitável que esta família era uma das mais poderosas - senão a mais poderosa do reino - sendo esta circunstancia e as relações de estreito parentesco que existiam entre os duques de Bragança e as principais casas reinantes da Europa, as que mais concorreram para o facto da eleição de D. João, para rei de Portugal, depois da célebre revolução de 1610.
Entretanto, apesar de tão poderosos, como dissemos, os Paços dos duques de Bragança em Vila Viçosa foram até ao tempo de D. Jaime, único do nome, dentro do castelo, numas simples casas construídas pelo grande condestavel D. Nuno Álvares Pereira.
Foi D. Jaime que começou as obras do novo palácio, e deu princípio á casa de campo e formosa tapada. D. Theodosio I, seu filho, e ainda mais seu neto, D. João I, não só concluíram, como aumentaram muito os paços. D. Theodosio II, porém, os reedificou com maior sumptuosidade, e por ocasião do seu consorcio com D. Ana de Velasco, filha de D. João de Velasco, Condestável de Castela e Leão, ostentou um luxo que maravilhou quantos presenciaram semelhante acto.
No reinado de D João V foram reformados novamente estes Paços de Vila Viçosa, e adereçados com a magnificência que aquele monarca usava em suas cousas, para a celebração das núpcias do príncipe D. José, depois rei.
Este edifício está situado em uma espaçosa praça, formando um dos lados desta a capela real, a igreja de Nossa Senhora da Graça, a residência do deão da real capela, e um convento de freiras, guarnecem os outros lados.
É de regular arquitectura, e os finos mármores, empregados em toda a sua construção, foram extrahidos na serra d'Ossa.
Uma das peças principais que há a admirar nesta residência ducal, é uma grande sala em que se encontram os retratos de todos os duques de Bragança, pintados a óleo, em corpo inteiro. Foi obra mandada fazer por D. João V, e executados os retratos por Quillard, francês, que como muitos estrangeiros estava ao serviço do nosso monarca, e que segundo afiança Wolkmar Machado, era homem de bastante merecimento artístico.
Havia também ali uma casa a que se chamava armaria, e que era um verdadeiro arsenal, em que se encontravam as armas mais antigas e raras em todo o género, conforme aos usos da guerra naqueles mais remotos tempos; infelizmente, desmantelou-se a armaria, perdendo-se grande parte dos objectos nela contidos.
Os jardins do palácio, que eram ricos e espaçosos, estão maltratados, como é de supor; a tapada, porém, ainda é digna de admiração. Tem três léguas de circunferencia, é bem povoada de caça de toda a espécie, e no seu largo recinto, além de um enorme lago, existem algumas ermidinhas bonitas, casas de campo etc.
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Vila Viçosa, História e imagens antigas
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