História
Évora
Viagem ao passado da Universidade de Évora, 1849
Quando o cardeal D. Henrique, depois rei de Portugal, era arcebispo de Évora, erigiu e fundou, sob a invocação do Espírito Santo, um colégio para ensino da mocidade, que depois entregou á direcção dos padres da companhia.
A criacão de um estabelecimento daquela natureza numa cidade opulenta como é Évora, julgou-se naquela época tão necessária e proveitosa, e com tão geral aplauso foi recebida, que logo no primeiro ano lectivo, mais de 300 estudantes frequentaram as aulas.
O cardeal fundador entretanto não perdia de vista a sua fundação querida; e além da livraria que doou ao colégio do Espírito Santo, e que ficou fazendo parte integrante do mencionado colégio, por ordem e a expensas suas a enriqueceram grande cópia de livros, que expressamente mandara comprar em Flandres.
Não contente com isto, projectou erigir uma universidade, e como naquele tempo se costumava, solicitou do pontífice romano a aprovação dos respectivos estatutos.
Esta ideia do cardeal D. Henrique, como se devia de esperar, encontrou a mais vigorosa e violenta oposicão da parte da antiga universidade de Coimbra; mas, apesar de tudo, logrou ele sair com o seu intento por diante, sendo confirmada a fundação da universidade de Évora por bula de Paulo IV, de 18 de Setembro de 1558.
Desde então, para acomodar novas aulas e os numerosos escolares que as frequentavam, se acrescentaram muitas obras ao primitivo edifício, de modo que ainda actualmente é um dos maiores que existem no reino.
A extinção dos jesuítas, que foi, como todos sabem, acompanhada de uma proscrição, algumas vezes irreflexa, de tudo quanto existia daquela, aliás temível, associação, acabou com aquela universidade, que tão bem fadada nascera e prosperara.
Correram muitos anos sem que ninguém se lembrasse de dar uma útil aplicação áquelle imenso e magnifico edifício, até que em 1836, o sr. António José d'Avila, governador civil de Évora, fundou nele a casa pia, que é um excelente e bem dirigido estabelecimento, que sustenta actualmente, entre alunos e empregados mais de 600 indivíduos.
É tão amplo, porém, o edifício, que além das acomodações necessárias para um estabelecimento daquela ordem, ainda lá se alojaram desafogadamente as diferentes repartições públicas, etc. etc.
A nossa estampa - que não duvidámos apresentar como um dos melhores trabalhos do nosso gravador, representa a fachada da antiga sala dos actos, no chamado pátio da universidade, e as suas galerias laterais, obra de formosa e regular arquitectura.
38° 34' N 07° 54' W
Évora
Portugal
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