sexta-feira, 16 de setembro de 2011

História de Alter do Chão (Alentejo) e brasão de 1860


História de Alter do Chão e brasão de 1860


Alentejo


VILA DE ALTER DO CHÃO 

Na província do Alentejo, quatro léguas ao ocidente da cidade de Portalegre, está situada a vila de Alter do Chão.

A sua primeira fundação é atribuída aos romanos que a denominaram Eltori. Não é inteiramente averiguado se com efeito foram eles os seus fundadores, mas é fora de duvida que no tempo do seu domínio na Lusitânia, era aquela povoação uma cidade grande e muito importante. Disto há documentos escritos e muitas provas materiais, nos restos que ainda se descobrem de muitos edifícios tanto dentro da vila, como nos seus arrabaldes, num circulo bastantemente extenso.

Em diversas épocas, por ocasião de se abrirem alicerces ou de se fazer alguma outra sorte de escavações, têm-se encontrado algumas medalhas, mosaicos, escultura,s e até estátuas de ídolos em pedra. Segundo afirma o cónego Novaes, na sua Relação do bispado de Elvas, impressa em 1635, achou-se ali uma estátua de Cupido, com aljava e setas muito bem esculpida em mármore. Dizem que no meado do século XVII ainda aí existiam as ruínas de um edifício que se conhecia ter sido templo com o pavimento de mosaico.

Atravessava a antiga cidade de Eltori uma das três vias militares do imperador Antonino Pio, a qual comunicava Lisboa com a cidade de Mérida passando por Aritium Pretorium (Benavente), Matusarum (Ponte de Sôr), Eltori, Ad Septem Aras (Assumar), Badua (Nossa Senhora da Botova) e Plagiaria, cuja situação se ignora. Desta via ainda se vêem vários pedaços nos limites daquele concelho.

Destruída em tempo, e por ordem do imperador Adriano, ao que parece em castigo da rebelião dos seus moradores, saqueada e devastada durante as diversas invasões que se sucederam no solo da península ibérica á dominação romana, abandonada pelos moiros, que preferiam os lugares altos para assento das suas povoações, a cidade de Eltori estava em completa ruína e quase de todo despovoada, quando os moiros foram expulsos do Alentejo.

El rei D. Afonso III mandou- a reedificar e povoar, e el rei D. Dinis, para atrair moradores á nova povoação, deu-lhe foral em 1293, com os mesmos privilégios de que gozava Santarém, que eram muitos. Assim surgiu de entre as ruínas da grande e populosa cidade de Eltori, a vila de Alter do Chão. A primeira parte do seu nome é uma corrupção do antigo, e a segunda derivou do sitio plano em que está fundada. A vizinha vila de Alter Pedroso ocupa ainda uma parte do terreno em que se erguia a antiga Eltori.

No ano de 1331, ainda o mesmo rei D. Dinis, com intento de lhe restituir o seu antigo lustre, confirmando aquele foral, acrescentou- lhe novas regalias e isenções.

Em 1359 residiu aqui algum tempo el rei D. Pedro I, e por essa ocasião deu um singular exemplo de justiça severa, mandando enforcar um homem que havia anos forçara uma donzela, posto que a recebesse logo depois em casamento.

No antigo regímen gozava esta vila de voto em cortes com assento no banco décimo. D. João I deu o senhorio dela ao Condestável D. Nuno Álvares Pereira, o qual veio a passar para a casa de Bragança.

Tem uma só paroquia, que se intitula de Nossa Senhora da Assunção, e que é um bom templo de três naves. A casa da misericordia foi fundada em 1524 por el rei D. João III a instâncias de sua tia a rainha D. Leonor, instituidora daquela veneranda confraria. Anexou-se então a esta santa casa o hospital que ali havia, da invocação de S. Domingos, com todas as suas rendas.

Há dentro da povoação cinco ermidas. O convento de Santo António da extinta ordem dos religiosos capuchos da província da Piedade, foi fundado junto á vila, em lugar mais alto, pelo duque de Bragança D. Teodósio II, que nele lançou a primeira pedra aos 8 de Outubro de 1617.

Esta vila foi outrora toda cercada de muros, de que hoje apenas restam os vestígios. O seu castelo é obra del rei D. Pedro I, que nele mandou pôr a seguinte inscrição: Era de 1359 aos 22 de Setembro o mui nobre rei D. Pedro mandou fazer este castello de Alter do Chão. Tem dentro um poço com muita agua, que fornece um bom chafariz, que fica fora do castelo para o lado do sul. Além deste, é a vila abundantemente abastecida por outros de melhor fabrica.

A sua praça nobre é aquela em que estão os Paços do concelho e o Pelourinho, orlada de casas de mui sofrível aparência, porém a sua mais bela praça é o Rossio do Espírito Santo, por ser muito espaçoso e povoado de árvores.

Deu muita nomeada a esta vila a sua grande coudelaria real, que durante os tempos em que o governo olhava por ela com atenção e zelo, produziu óptimos resultados. As raças de Alter chegaram a um subido grau de reputação e apreço.

Todo o seu termo é muito fértil e produtivo. Encerra bastantes vinhas, olivais, montados onde se criam muitos porcos e excelentes pastagens, em que há numerosa criação de diversas qualidades de gados.

Faziam-se nesta vila duas feiras, uma em 25 de Abril, que durava três dias, e outra em 4 de Agosto, também de três dias, mas ao presente não as vemos incluídas nos mapas das feiras. Alter do Chão conta uns dois mil habitantes.

As armas desta vila, conforme o desenho que se acha na Torre do Tombo, são um escudo com uma fonte de prata em campo verde. E assim as damos aqui em estampa. Todavia em alguns autores as achamos mencionadas do seguinte modo. Um castelo com dois escudos das armas reais e uma fonte, com duas flores de liz.


***

Pelo Censos 2011 Alter do Chão conta com 3591 habitantes

Alter do Chão é uma vila do Distrito de Portalegre, região do Alentejo.

As freguesias de Alter do Chão são as seguintes:
Alter do Chão, Chancelaria, Cunheira, Seda.


Eleições Autárquicas - 11/10/2009

Votação por Partido em ALTER DO CHÃO
PSD: 1051/43,5% - 3 mandatos
MICA: 482/19,9% - 1 mandato
PS: 435/18% - 1 mandato 

Candidatos Eleitos pelo Circulo: Alter do Chão

PPD/PSD- Joviano Martins Vitorino
PPD/PSD- Manuel António Poupas Carola
MICA- Francisco António Martins dos Reis
PS- Maria Leal Monteiro
PPD/PSD - Martinho Manuel Casaca Azinheira

Sem comentários:

Enviar um comentário