domingo, 18 de setembro de 2011

História de Castelo Branco e brasão antigo (imagem de 1860)



História de Castelo Branco e brasão antigo (imagem de 1860)

A CIDADE DE CASTELLO BRANCO

A doze léguas de distancia da cidade da Guarda, para o sul, e a quatorze da vila de Abrantes, para o sudoeste, está situada a cidade de Castelo Branco, em lugar elevado, na província da Beira Baixa, de que é capital.

Não há noticias certas sobre a época e autores da sua fundação. Sabe-se, porém, que é de origem antiquíssima. Alguns cippós, e outras pedras com inscrições romanas, achadas dentro da cidade e nos arredores, por ocasião de se abrir alicerces ou demolir muros, provam que ali existiu alguma povoação importante no tempo da dominação romana.

Um nosso distinto escritor, que se deu muito ao estudo de antiguidades, chamado Gaspar Álvares de Lousada, encontrou fundamento naquelas pedras, para se convencer e afirmar que ali teve assento a cidade romana de Castralenca, e que das suas ruínas saiu Castelo Branco.

As memorias mais certas desta terra datam do reinado de D. Sancho I, que lhe deu foral. D. Sancho II, na doação que fez dela, pelos anos de 1229, a D. Simão Mendes, mestre dos templários, menciona-a como povoação importante. El rei D. Dinis fez lhe a segunda cerca de muros, com quatro portas, chamadas do Pelame, de Santiago, da Traição e do Oiro; e com sete torres. A primeira cerca, que era mais pequena, e o castelo são obra muito mais antiga. D. João II deu-lhe o titulo de notável.

El rei D. José I elevou Castelo Branco à categoria de cidade e obteve do papa Clemente XIV, que a erigisse em sede episcopal, desmembrando-se do bispado da Guarda o território de que se formou a nova diocese.

Edificada numa encosta, tem esta cidade as suas ruas com grande declive e sem construções notáveis. Na parte mais alta está o velho castelo, bastante arruinado, que foi fundado pelos templários e que pela extinção desta ordem passou para os cavaleiros de Cristo. Dentro do castelo ainda se vêem as casas em que residiam os comendadores. Os últimos que ali viveram foram D. Fernando de Menezes e D. António de Menezes, que se retiraram para Lisboa logo depois da aclamação de D. João IV.

A antiga igreja matriz também ficava dentro da fortaleza, pelo que se denomina Santa Maria do Castelo. Arruinada nas guerras da restauração contra a usurpação castelhana, mudou-se para a ermida de S. Braz, contigua ao mesmo castelo.

A outra paroquia é a sé, que antes da erecção deste bispado era dedicada a S. Miguel e que depois foi consagrada, como Iodas as catedrais do reino, a Nossa Senhora da Assunção. É um templo de uma só nave. A fachada, ornada de duas torres um pouco acanhadas, é singela e sem elegância. Está situada numa praça fora dos muros.

Havia em Castelo Branco dois conventos de frades, ambos extra muros, um de religiosos da província da Soledade, da invocarão de Santo António, e o outro de eremitas de Santo Agostinho. Tem esta cidade varias capelas, casa de Misericórdia e dois hospitais.

O palácio episcopal é reputado o melhor edifício deste género em toda a província. Tem anexos, uma quinta e bons jardins. Foi mandado fazer pelo bispo da Guarda, D. Nuno de Noronha, para sua residência de campo e dos seus sucessores. O bispo D. João de Mendonça, fez muitas obras e aformoseamentos, tanto no paço como na quinta e jardins. Tudo porém se acha actualmente em grande decadência.

Os subúrbios de Castelo Branco abundam em cereais, legumes e hortaliças. Não produzem muita quantidade de fruta, mas a que ali se cultiva é de excelente qualidade, principalmente as pêras do tarde, que são afamadas em todo o reino.

Passam pelo termo desta cidade, em alguma distancia, os pequenos rios Ponsul, Ocresa e Liria, que criam algum peixe miúdo. Se se der credito a uma tradição daquelas terras, a meia légua de Castelo Branco, junto ao rio Ponsul, no sitio ao presente chamado «o porto dos Belgaios», existiu uma cidade em eras remotas, denominada Belcagia.

Conta Castelo Branco uma população de seis mil e oitocentas almas, e é a residência d um governador civil, de um general comandante da divisão militar, de um juiz de direito, etc. O regimento de cavalaria nº 8 tem ai o seu quartel. Fazem-se nesta cidade as seguintes feiras: No 1º de Janeiro, e a 4 de Outubro, que duram três dias, e mercado na primeira e terceira segunda feira de cada mês.

No antigo regímen gozava esta cidade de voto em cortes onde os seus procuradores tinham assento no banco sétimo. Tem por brasão de armas um escudo coroado e nele um castelo de oiro em campo vermelho.

Por Ignacio de Vilhena Barbosa



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Pelo Censos de 2011 Castelo Branco conta com 56 033 habitantes

Castelo Branco é a capital do Distrito de Castelo Branco

Freguesias de Castelo Branco 

Alcains, Almaceda, Benquerenças, Cafede, Castelo Branco, Cebolais de Cima, Escalos de Baixo, Escalos de Cima, Freixial do Campo, Juncal do Campo, Lardosa, Louriçal do Campo, Lousa, Malpica do Tejo, Mata, Monforte da Beira, Ninho do Açor, Póvoa de Rio de Moinhos, Retaxo, Salgueiro do Campo, Santo André das Tojeiras, São Vicente da Beira, Sarzedas, Sobral do Campo, Tinalhas

Eleições Autárquicas - 11/10/2009

Votação por Partido em CASTELO BRANCO

PS: 69,8% - 8 mandatos
PSD: 17,1% - 1 mandato

Candidatos Eleitos pelo Circulo: Castelo Branco

PS - JOAQUIM MORÃO LOPES DIAS
PS - LUIS MANUEL DOS SANTOS CORREIA
PS - MARIA CRISTINA VICENTE PIRES GRANADA
PS - ARNALDO JORGE PACHECO BRAZ
PPD/PSD - MANUEL DE SOUSA EUSÉBIO
PS - JOÃO NUNO MARQUES CARVALHINHO
PS - MARIA JOSÉ BARATA BATISTA
PS - LUIS RAFAEL LOURENÇO DIAS
PS - MARIA DA GRAÇA VILELA VENTURA

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