História de Chaves e brasão de 1860
VILA DE CHAVES
Deve esta vila a sua origem a uma nascente de águas sulfureas, que aí se descobriu sob o domínio dos romanos. Afim de as aproveitar para banhos, dizem que o imperador Flávio Vespasiano fundara, junto da fonte, uma povoação, à qual pôs o nome de Aquae Flaviae. É fora de duvida que existia e assim se chamava no tempo do império romano, o que muitas memorias confirmam, tendo-se achado nas suas vizinhanças lapidas com inscrições que a designam com o titulo de colónia romana. Quanto ao fundador, esta versão tem por si, além de algumas boas opiniões, esse seu nome primitivo. Com o decurso do tempo se corrompeu aquele nome em Aquae Calidae, Águas Quentes, ainda em referencia á mesma fonte. Depois também este, por seu, turno se veio a corromper por abreviatura no de Clavis; e no reinado de D. Afonso VI, de Leão, se começou a chamar Chaves.
Foi esta uma das povoações da Lusitânia que os moiros, na sua invasão, destruíram inteiramente, nos princípios do século VIII. Mas foi também uma das que primeiro renasceram, voltando ao poder dos cristãos. El rei D. Afonso III, de Leão, mandou-a reconstruir e povoar, cercando.a de muros no ano de 888.
Os moiros tornaram a assenhorear-se dela; porem no ano de 1160, estando já constituída a monarquia portuguesa e reinando el rei D. Afonso Henriques, foi restaurada por um pequeno punhado de portugueses, capitaneados por Garcia Lopes e Rui Lopes, que em comemoração deste feito, acrescentaram aos seus nomes o apelido de Chaves, que transmitiram aos seus descendentes.
El rei D. Dinis reconstruiu- lhe a cerca de muros que se achavam muito arruinados. Seu filho, D. Afonso IV, deu-lhe foral, que el rei D. Manuel reformou em Julho de 1515. As obras que constituíram a vila de Chave em uma das praças fortes do reino, e na principal da província de Trás os Montes, têem sido empreendidas em diversas épocas, por ocasião de guerra com a Espanha.
Chaves está assentada numa pouco elevada eminencia, sobre a margem direita do rio Tâmega e junto á fronteira que confina com a Galiza.
Tem uma só paroquia, cujo orago é Nossa Senhora da Assunção; casa e hospital da Misericórdia, hospital militar e varias ermidas; o edifício de um extinto convento, intitulado de S. Francisco, que pertenceu aos frades franciscanos; e um convento que ainda existe, habitado de religiosas capuchas da Conceição. Na capela mor da igreja do convento de S. Francisco, está o primeiro duque de Bragança, D. Afonso, filho legitimado del rei D. João I, num magnifico túmulo mandado fazer pela duquesa de Bragança D. Catarina, filha do infante D. Duarte e esposa do duque D. João I. Ainda existe nesta vila o palácio onde faleceu o duque D. Afonso, que ele mandara edificar e em que residiu por diversas vezes.
Sobre o Tâmega, que separa a vila dos arrabaldes, está uma ponte de pedra com dezoito arcos, cuja construção se atribui ao imperador Trajano.
As águas de caldas nascem num campo entre as muralhas da fortificação da praça e o rio. Neste sitio havia um edifício de banhos, obra dos romanos, que desgraçadamente foi mandado demolir pelo primeiro conde de Mesquitela, sendo governador das armas de daquela província, com o intuito de desembaraçar o campo em frente da praça.
O doutor Francisco da Fonseca Henriques, que examinou estas caldas, diz no seu Aquilegio Medicinal ,que são as melhores que há no reino para certas moléstias, que aponta e que por brevidade omitimos. Passam estas águas, segundo observações que se têem feito, por grandes depósitos de enxofre, caparosa, salitre e pedra hume. Saem da terra muito quentes.
As margens do Tâmega fazem formosos os subúrbios de Chaves. O rio divide os arrabaldes da Madalena e das Couraças, que são bastante povoados, da vila, que se acha toda cercada de muralhas. A principal cultura do termo são cereais e linhos. O rio e as serras próximas fornecem-lhe algum peixe miúdo e caça.
No 1º de Novembro tem Chaves a sua feira de três dias, á qual concorre muita gente das terras vizinhas e de Galiza.
Chaves tem uma população de três mil e novecentos habitantes. Apesar de não ser a capital de Trás os Montes, é aqui que reside o general comandante da quinta divisão militar, que abrange toda a província. Na antiga organização do país, gozava esta vila de voto em cortes com assento no banco quinto. Tem por brasão de armas um escudo com cinco chaves de oiro em campo de prata.
Por Ignacio de Vilhena Barbosa
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Pelo Censos 2011 Chaves conta com 41 444 habitantes
Chaves do Distrito de Vila Real
Freguesias de Chaves
Águas Frias, Anelhe, Arcossó, Bobadela, Bustelo, Calvão, Cela, Cimo de Vila de Castanheira, Curalha, Eiras, Ervededo, Faiões, Lama de Arcos, Loivos, Madalena (urbana), Mairos, Moreiras, Nogueira da Montanha, Oucidres, Oura, Outeiro Seco, Paradela, Póvoa de Agrações, Redondelo, Roriz, Samaiões, Sanfins, Sanjurge, Santa Cruz - Trindade (urbana), Santa Leocádia, Santa Maria Maior (urbana), Santo António de Monforte, Santo Estêvão, São Julião de Montenegro, São Pedro de Agostém, São Vicente, Seara Velha, Selhariz, Soutelinho da Raia, Soutelo, Travancas, Tronco, Vale de Anta, Vidago, Vila Verde da Raia, Vilar de Nantes, Vilarelho da Raia, Vilarinho das Paranheiras, Vilas Boas, Vilela Seca, Vilela do Tâmega
Eleições Autárquicas - 11/10/2009
Votação por Partido em CHAVES
PSD: 58,2% - 5 mandatos
PS: 31% - 2 mandatos
Candidatos Eleitos pelo Circulo: Chaves
PPD/PSD - João Gonçalves Martins Batista
PS - Nuno Artur Esteves Rodrigues
PPD/PSD - António Cândido Monteiro Cabeleira
PPD/PSD - Maria de Lurdes Rogado Leitão Duarte de Almeida e Campos
PS - José Fernando Carvalho Montanha
PPD/PSD - Carlos Augusto Castanheira Penas
PPD/PSD - Paulo Francisco Teixeira Alves
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