História: Feira de Viseu em 1866

História

Feira de S. Mateus, Viseu, Setembro de 1866

A feira de Viseu, que se realizou no mez de Setembro próximo passado, é uma das mais importantes do reino. O valor dos objectos expostos á venda pelas diversas industrias (correeiros. sapateiros, tamanqueiros, funileiros, latoeiros de amarelo, chapeleiros, retroseiros, livreiros, capelistas, vendedores de panos a retalho, etc.) foi este anno de 1.098:269$600 réis. As vendas effeituadas somaram 651 686$600 réis, o que demonstra o movimento da feira.

As industrias que ali tiveram maiores valores foram vendedores de panos da Covilhã, 250 000$000 réis de oiro e prata; 100 000$000 réis de saragoças; 100 00$000 réis de panos a retalho; 100 000$000 réis de sola e bezerro curtidos, 88 000$000 réis; de cobertores, 50 000$000 réis; de panos diversos, 36 000$000 réis; de objectos de retrozeiro, 36 000$000 réis; e de capelista, 24 000$000 réis.

O valor do gado exposto, cuja soma está incluída na totalidade acima, foi de 170 700$000 réis; e as transacções elevaram- se a 125 000$000 réis.

Como se viu, houve abundância de curtumes na feira de Viseu. As vendas realizaram-se pelos seguintes preços; sola, 210 a 220 réis; atanados, 300 a 320 réis; bezerros verdes, 600 a 640 réis; ditos sêccos, 900 a 950 réis o arratel.

Concorreram para mais de 3 000 quintais de ferro, que se venderam na razão de 4$500 a 4$600 réis o quintal.

A amêndoa chegou ao preço de 3$700 a 4$800 réis a arroba, pelo qual se fizeram algumas transacções; e a pêra seca regulou de 2$000 a 3$600 réis a arroba, atendendo os compradores á quantidade que apareceu.

Concorreu também grande quantidade de linho em obra. O linho para obra, apesar da má qualidade, vendeu- se quase todo, que se calculava em 600 quintais.

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ANNUARIO DO ARCHIVO PITTORESCO PUBLICAÇÃO MENSAL Nº 34, outubro 1866