sábado, 19 de fevereiro de 2011

História: Igreja de Santa Maria dos Olivais em Tomar, imagem de 1848




História

Viagem ao passado de Tomar

Igreja de Santa Maria dos Olivais em 1848

Numa bella planície a três legoas das margens do Tejo, está edificada a formosa (Tomar) povoação deste nome. O mestre dos templários D. Gualdim Paes, seu fundador, lhe deu foral por três vezes. pelo annos de 1147, 1162 e 1174.

Uma antiga inscripção que existe perto das escadas que sobem para o adro do convento da ordem de Christo, e se acha repetida em varios outros logares, segundo é tradição, data a fundação da villa (Tomar) do anno de Christo de 1162. Entretanto não vale a pena referir todos os argumentos que se apresentaram em favor de ua e outra opinião.

No senhorio de Tomar continuaram os mestres do Templo, até á extincção desta cavallaria (1312), passando ao dos mestres de Christo, ordem instituída por D Diniz em substituição daquella, e para a qual fez passar todos os bens que lhe pertenciam.

É Tomar terra bem povoada de monumentos de arte christã, cuja descripção nos mereceria mais larga esiriptura, se nos não fallecèra espaço e os elementos indispensáveis para a fazer, com proveito commm; contentàmo-nos com enumera-los O famoso convento da ordem de Christo, bella amostra de architectura digamos assim, nacional, e a sua veneranda egreja, debaixo da invocação de Santa Maria do Olival; a egreja de S. João Baptista; as duas pontes lançadas sobre o Nabão, e muitos outros edifícios e construccões de bôa architectura.




A torre que existe no estado que a estampa representa, em frente da egreja matriz, pertencia á antiga cerca, e pela airosa construcção della se conhece que alli andaram as mesmas mãos, que cobriram esta boa terra de tão primorosos monumentos, que são outros tantos pregoeiros da glória e do nome portuguez.

Tomar é uma cidade em que abunda tudo quanto é mais necessário á vida. e o seu concelho é rico de producções agrícolas de toda a espécie. Contam-se em todo elle, aproximamente 4,500 fogos. 

Ainda existe quasi toda a cinta de muralhas que torneava a povoação; estes muros, hoje em estado de grande deterioração, que presencearam tão rijo pelejar, tão porfiados combates, presidem agora somente aos seus bellos campos, graciosas veigas, e lindos pontos de vista, dando á povoação o caracter grave e solemne de velho cavalleiro que, quebrado de forças, repousa na primeira pedra que Deos lhe depara, e depois, sôfrego e saudoso, contempla a terra que viu as suas gentilezas e os seus triumphos!

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