sábado, 26 de fevereiro de 2011

História: Vila Franca de Xira em 1849 (imagem)



História

Viagem ao passado de Vila franca de Xira

Imagem de 1849


Vila Franca, que chamámos de Xira para a distinguirmos do Vila Franca do Campo, é uma das mais opulentas povoações do Ribatejo, pela indústria e cabedais de muitos dos seus habitantes, que são pela maior parte ricos lavradores.

A sua proximidade de Lisboa, a 5 léguas a leste, sobre a margem do Tejo, faz com que sejam mui frequentes as relações de Vila Franca com a capital. Todos os dias sai de Lisboa um vapor pertencente á Companhia da Navegação do Tejo e Sado, que á tarde volta de Vila Franca, estabelecendo assim comunicações regulares entre aquela e esta grande povoação. O movimento de passageiros nesta carreira, aliás uma das mais importantes, foi, em 1845 de 40 000.

Não é Vila Franca de Xira ilustre pelas antiguidades; não tem castelo roqueiro, nem alcácer magestoso, nem muralhas em ruína, nem famosos templos, nem inscrições indecifraveis. A sua origem foi humilde; nasceu de uma colónia de estrangeiros e principalmente franceses, ou francos, de que lhe vem a nome provavelmente. Por muitos séculos esta colónia, que aliás havia de crescer e opulentar-se pela vizinhança das fertilissimas insuas a que chamámos lezirias, e pela cópia dos seus gados, vem apenas mencionada na Geographia Histórica de Portugal, de D. Luiz Caetano de Lima, e no Mappa de Portugal, de João Baptista de Castro, as duas obras mais exactas, ou, pelo menos, mais copiosas de notícias do antigo Portugal.

Modernamente porém começou a ser considerado com a atenção que se deve á sua posição altamente própria para toda a espécie de comercio, e hoje, forma um concelho que faz parte do distrito de Lisboa.

A vila segundo as estatísticas mais recentes, conta 1 017 fogos ou almas 4 068; e o seu termo (Povos, Castanheira, Caxoeiras) 477 fogos ou almas 1 908; total fogos 1 494 ou almas 5 976.

É notável Vila Franca de Xira pela célebre reacção de 1823, que derrubou o sistema proclamado com a constituição democrática de 1820, restaurando-se a monarquia absoluta, como existia, de facto e de direito até áquela data.

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