Filhos do rei D. João II de Portugal - dois bastardos
D. João II, cognominado «O Príncipe Perfeito» décimo-terceiro rei de Portugal, nasceu em Lisboa a 3 de Maio de 1455 e morreu no Alvor a 25 de Outubro de 1495, provavelmente assassinado pela Casa de Bragança.
D. João II sucedeu a seu pai quando este abdicou em 1477, mas só ascendeu ao trono após a morte de Afonso V em 1481, sendo aclamado em Sintra a 29 de Agosto desse ano.
Casou com a sua prima D. Leonor a 22 de Janeiro de 1470. D. Leonor era filha de D. Fernando, Duque de Viseu, filho de D. Duarte de D. Leonor de Aragão.
O príncipe D. Afonso nasceu em Lisboa a 18 de Maio de 1475. Casou com a Princesa D. Isabel, filha do rei D. Fernando, o Católico, a 23 de Novembro de 1490. Com apenas 16 anos, casado à sete meses, caiu D. Afonso de um cavalo perto de Santarém, morrendo a 13 de Junho de 1491 nos braços de seus pais e jovem esposa. Jaz na batalha, na Casa do Capítulo.
Bastardos de D. João II
Fora do matrimónio, teve D. João II a D. Jorge, nascido em Abrantes a 12 de Agosto de 1481. Sua mãe foi D. Ana de Mendonça, senhora muito nobre e muito amada por D. João II, que para ela mandou erigir o Mosteiro de Santos, o Novo e a nomeou Comendadeira perpétua e onde faleceu em 1545. Não foi menor o amor que el rei D. João II teve por este filho, o qual se criou em casa de D. Joana, sua tia; e falecendo esta Princesa, foi D. Jorge levado pela Rainha D. Leonor ao Paço e conduzido pelo Bispo do Porto a Évora, onde se encontrava el rei D. João II. Foi esperá-lo fora da cidade o Príncipe D. Afonso, seu irmão, com toda a Nobreza e mandou-o tratar por Excelência. Quis o rei que D. Jorge fosse o seu sucessor no trono, mas a Rainha opôs-se, porque cortava passo à ascensão de seu irmão D. Manuel; o papa Alexandre VI, certamente subornado pela Rainha, também não esteve de acordo. Foi grande a discórdia entre Rei e Rainha neste assunto. Como não conseguiu para o filho D. Jorge o que queria, D. João II fê-lo um dos homens mais ricos da Península, porque lhe entregou os bens de seu bisavô, o Infante D. Pedro, ficando assim D. Jorge sendo Duque de Coimbra, Senhor de Montemor-o-Velho, Marquês de Torres Novas, Mestre das Ordens de Santiago e Avis e senhor de muitas outras rendas. Com a morte do rei D. João II, seu pai, assassinado, logo foram muitos fidalgos a Vila Nova buscar a D. Jorge a Vila Nova e conduzi-lo a Montemor-o-Velho, onde estava el rei D. Manuel. Apeou-se D. Jorge e foi logo, vestido de burel, beijar a mão del Rei; o Prior do Crato, D. Diogo de Almeida, que era seu Aio, pegou-lhe na mão e, com ambos de joelhos, o entregou a D. Manuel, seu tio, fazendo uma eloquente oração, em que explicava como o Rei defunto lho deixara encomendado. D. Manuel fez-lhe grandes honras e deu-lhe casa no Paço. Tinha D. Jorge vinte anos de idade quando o rei D. Manuel o casou com D. Brites de Vilhena, filha de D. Álvaro, irmão do Duque de Bragança D. Fernando II; deste matrimónio descende a Ilustre Família dos Alencastres (Lencastre). Morreu D. Jorge em 1550 e jaz no Convento de Palmela.
De uma tal D. Brites Anes, de Santarém, chamada a Boa Dona (casada com Álvaro Anes), terá D. João II tido uma filha, também chamada D. Brites que acabou casada com Amador Barracho Correia.
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