Filhos do rei D. João III de Portugal com dois bastardos incluídos

Filhos do rei D. João III de Portugal com dois bastardos incluídos

D. João III, décimo quinto rei de Portugal, de cognome «O Piedoso» nasceu em Lisboa a 6 de Junho de 1501 e morreu na mesma cidade a 11 de Junho de 1557.

Sucedeu a seu pai, el rei D. Manuel, em 1521; tinha 19 anos.

Casou-se a 5 de Fevereiro de 1525 com D. Catarina de Áustria, filha de Joana, a Louca, rainha de Espanha e de Filipe, o Belo, arquiduque de Áustria e Duque da Borgonha.

O príncipe D. Afonso nasceu em Almeirim a 24 de Fevereiro de 1526, mas durou poucos dias. Jaz em Belém.

A Infanta D. Maria nasceu em Coimbra a 15 de Outubro de 1527. Casou com Filipe de Castela e as bodas celebraram-se em Salamanca a 15 de Novembro de 1543. Morreu em Valladolid a 12 de Julho de 1545 e jaz no Escorial.

A infanta D. Isabel nasceu em Lisboa a 28 de Abril de 1529 e morreu com poucos meses. Jaz em Belém.

A Infanta D. Brites nasceu em Lisboa a 15 de Fevereiro de 1530 e morreu em tenra idade. Jaz em Belém.

O Príncipe D. Manuel nasceu no Alvito no dia 1 de Novembro de 1531. Morreu em Évora 6 anos depois, a 14 de Abril de 1537. Jaz em Belém.

O Infante D Filipe nasceu em Évora a 25 de Março de 1533. Foi jurado Príncipe herdeiro do Reino. Faleceu a 29 de Abril de 1539. Jaz em Belém na mesma sepultura de seu irmão D. Afonso.

O Infante D. Dinis nasceu em Évora a 26 de Abril de 1535 e em Évora morreu no primeiro dia do ano de 1537. Jaz em Belém.

O Príncipe D. João nasceu em Évora a 3 de Junho de 1537. Foi jurado Príncipe herdeiro nas cortes que se celebraram em Almeirim a 30 de Março de 1544. Casou com a Princesa D. Joana de Áustria, filha do Imperador Carlos V e se recebeu por procuração na cidade de Toro a 11 de Janeiro de 1552; no fim de Novembro do mesmo ano entrou por Elvas em Portugal. E deste matrimónio nasceu D. Sebastião. O Príncipe D. João morreu a 2 de Janeiro de 1554 e jaz em Belém em magnífico mausoléu.

O infante D. António nasceu em Lisboa a 9 de Março de 1539 e morreu a 20 de Janeiro de 1540. Jaz em Belém.

Os bastardos de D. João III

Fora do matrimónio teve el rei D. João III a D. Duarte, que nasceu em 1521. Sua mãe foi D. Isabel Moniz, moça da Câmara da Rainha D. Leonor. Era filha de um Alcaide de Lisboa, homem honrado a quem chamavam o Carrança. Ela depois foi metida como freira em Santa Clara, no Porto. D. Duarte foi criado no convento de S. Jerónimo, chamado da Costa, junto a Guimarães e aqui estudou. El rei seu pai mandou-o buscar ao dito Convento em grande ostentação e levá-lo a Sintra, onde estava a Corte; porém o rei teve que ausentar-se a Lisboa e assim, quando D. Duarte chegou a Sintra foi conduzido pelo Conde da castanheira a Lisboa e el Rei foi esperá-lo ao Convento de S. Domingos de Benfica, onde o recebeu com grandes honras e alegria. Foi D. Duarte Arcebispo de Braga, mui pio e muito versado nos estudos de Filosofia, Teologia e ambos os Direitos. Começou a escrever em Latim a História dos Reis de Portugal, de que deixou elegantemente composta a del rei D. Afonso Henriques. Morreu a 11 de Novembro de 1543, com apenas 22 anos. Jaz em Belém.

De outro bastardo de D. João III sabemos apenas que se chamou D. Manuel e também não vingou.

Toda esta autêntica chacina de príncipes portugueses, explicam alguns pelas sistemáticas práticas de incesto que imperavam em torno do Trono de Portugal. Outros aventam a hipóteses de uma conspiração espanhola que acabou por vingar em 1580.