terça-feira, 20 de setembro de 2011

História de Celorico da Beira e brasão antigo (imagem de 1860)


História de Celorico da Beira e brasão antigo (imagem de 1860)


A VILA DE CELORICO DA BEIRA

Na província da Beira, junto á serra da Estrela e três léguas ao ocidente da cidade da Guarda, está situada a antiquíssima vila de Celorico, em lugar alto.

Da sua fundação não há noticia certa, pois se deve ter por fabulosa a que lhe assinam alguns dos nossos antiquários, que tomaram a palavra brigo, em que terminavam os nomes das idades anteriores ou do tempo da dominação romana, pelo nome de um suposto rei de Hespanha, atribuído a épocas inteiramente desconhecidas ou de que há apenas mui confusas noticias.

Como Celorico se chamou em antigas eras Celiobriga, tiraram daqui argumento, os escritores a que nos referimos, para lhe darem por fundador Brigo, rei de Hespanha, que dizem reinara no ano de 1890 antes do nascimento de Cristo. Muitas razões, porém, levam a crer que essa palavra brigo designava, na língua dos antigos lusitanos, cidade ou povoação, como nos primeiros tempos da monarquia portuguesa se dava o nome de burgo ás povoações que se iam levantando junto dos castelos ou dos mosteiros, nome que depois se aplicou aos arrabaldes das cidades e vilas.

Partindo pois de épocas mais conhecidas na historia, diremos que a terra de que nos ocupamos já existia sob o domínio dos romanos, chamando-se então Celiobriga.

Nas invasões que a Lusitânia padeceu quando acabou aquele domínio, Celiobriga foi a seu turno destruída e reedificada. Nestas diversas transformações parece que se corrompeu o seu nome vindo a ser denominada Corrorico.

Passado apenas meio século depois que D. Afonso Henriques fundara, nos plainos de Campo de Ourique, a monarquia portuguesa, veio um exercito de castelhanos e leoneses pôr cerco ao seu castelo no ano de 1187. D. Gonçalo e D. Rodrigues Mendes, filhos do conde D. Mendo, que eram alcaides mores deste castelo por el rei D. Sancho I, acometeram de noite os sitiadores, e auxiliados pelo sobressalto de tão repentino e inesperado ataque e pela claridade da lua que, apesar de ser nova lhes alumiava suficientemente o Campo, venceram e desbarataram completamente os inimigos. Por esta acção tomaram por brasão de armas o castelo e a vila um escudo com uma meia lua e cinco estrelas.

Pelos anos de 1245, tendo sido deposto do trono el rei D. Sancho II, e sendo chamado ao governo do reino, com o titulo de governador ou regente, seu irmão, o infante D. Afonso, que era conde de Bolonha pelo seu casamento com D. Matilde, condessa soberana daquele estado, veio este príncipe cercar o castelo de Celorico, porque o seu alcaide mor, D. Fernando Rodrigues Pacheco, que o tinha por D. Sancho II, o não queria entregar. Durou o cerco muitos meses e, estando castelo para se render pela fome, foi salvo por astucia de D. Fernando, e por meio de uma truta que uma águia deixou cair sobre o mesmo castelo. Este sucesso foi causa de que se acrescentasse ao brasão de armas um castelo, tendo por cima uma águia com uma truta nas garras.

Querem alguns autores, que do zelo com que foi defendido este castelo nestes dois cercos, se principiou a denominar a terra Zelo Rico, de que se derivou por corrupção o de Celorico.

El rei D. Manuel deu lhe foral de vila, acrescentando-lhe os privilégios que lhe havia dado D. Afonso II.

Na curta guerra que houve entre Portugal e Espanha, reinando el rei D. José, foi tomada a vila de Celorico pelos espanhóis. em 1762. O senhorio desta terra andou em diversas famílias. Antes do reinado de D. Fernando, pertenceu a Martim Vasques da Cunha. Este soberano deu-a em dote a sua filha bastarda, D. Isabel, que casou em 1373 com o conde de Gijon, filho natural de D. Henrique II de Castela. El rei D. Manuel fez mercê deste senhorio ao primeiro conde de Portalegre, e vagando para a coroa pela extinção desta família, deu-o D. Pedro II a André Lopes de Lavre.

A vila de Celorico tem três paroquias intituladas: Santa Maria, que é Colegiada; S Martinho e S Pedro. O templo da segunda é de fabrica muito antiga. Foi fundado pelos templários no ano de 1302. O de S. Pedro tem a mesma origem, com a diferença de alguns poucos anos de menos.

A casa e hospital da Misericórdia foram instituídos no reinado de D. João III, numa igreja que já existia e fora por muitos anos paroquia com a invocação de Santo André. Na vila e nos subúrbios há nove ermidas e umas oito fontes.

Os arrabaldes de Celorico possuem alguns sítios de muita beleza e amenidade. O Mondego fertiliza os seus campos e fornece algum peixe. O termo produz cereais, legumes, frutas, azeite e algum vinho, e cria-se nele bastante gado e caça.

Celorico tem uns mil e setecentos habitantes.

Por Ignacio de Vilhena Barbosa


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Pelo Censos 2011 Celorico da Beira tem 7695 habitantes

Celorico da Beira é uma vila do Distrito da Guarda

Freguesias de Celorico da Beira

Açores, Baraçal, Cadafaz, Carrapichana, Casas do Soeiro, Cortiçô da Serra, Fornotelheiro, Lajeosa do Mondego, Linhares, Maçal do Chão, Mesquitela, Minhocal, Prados, Rapa, Ratoeira, Salgueirais, Santa Maria, São Pedro, Vale de Azares, Velosa, Vide Entre Vinhas, Vila Boa do Mondego

Eleições Autárquicas - 11/10/2009

Votação por Partido em CELORICO DA BEIRA

PS: 53,2% - 3 mandatos
MAJUSP: 22,1% - 1 mandato
PSD/CDS: 21,2% - 1 mandato

Candidatos Eleitos pelo Circulo: Celorico da Beira

PS - JOSÉ FRANCISCO GOMES MONTEIRO
PS - JOSÉ LUÍS SAÚDE CABRAL
MAJUSP - JÚLIO MANUEL DOS SANTOS
PPD/PSD . CDS-PP - VICTOR MARTINS SANTOS
PS - MARIA JOSÉ MARQUES COSTA

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