sábado, 17 de setembro de 2011

História de Borba e brasão antigo (imagem de 1860)


História de Borba e brasão antigo (imagem de 1860)

A VILA DE BORBA

Na província do Alentejo, meia légua ao poente de Vila Viçosa, e a duas léguas de Estremoz, está assentada a Vila de Borba, num vale formoso e ameno.

Pretendem alguns antiquários, que tivera por primeiros fundadores os galos celtas. Nas diversas invasões que a Lusitânia padeceu, esteve por largos anos sujeita ao domínio de Roma, depois ao dos godos e outros povos do norte que, destruindo o império romano, avassalaram toda a península hespanica; e destes passou ao dos árabes, que a seu turno os venceram e desalojaram das terras conquistadas.

Correndo o ano de 1217, resgatou-a do poder dos infiéis el rei D. Afonso II, e ficou desde então parte integrante da monarquia portuguesa. Arruinada e abandonada, por esta ocasião, pelos seus moradores, o mesmo monarca a mandou reedificar e povoar de novo. Deu-lhe foral el rei D. Dinis e geralmente se lhe atribui a fundação do seu castelo. Todavia, uma pedra com dois malhos nela esculpidos, e a tradição de que junto à vila, no sitio hoje chamado «os Mosteiros», existira um convento de templários, dão algum fundamento para se supor que o Castelo foi obra destes e não de el rei D. Dinis, que talvez tão somente o reparasse.

Dizem os etimologistas que o nome de Borba se deriva de um grande barbo, que apareceu em época remota numa fonte que está dentro do castelo, e alegam para prova o brasão de armas da vila, em que figuram dois daqueles peixes.

Divide-se a povoação em duas paroquias: uma da invocação de Nossa Senhora do Soveral, e outra dedicada a S. Bartolomeu. A primeira, que é a matriz, é um bom templo de três naves, sustentadas por quatorze colunas de mármore branco, sete de cada lado e com um belo portal, também de colunas. Foi edificada no ano de 1401 por D. fr. Fernando Rodrigues de Sequeira, mestre da ordem militar de Avis, á qual esta igreja pertencia.

A outra paroquia é de uma só nave e de construção muito mais moderna. Está no seu distrito o convento de Nossa Senhora das Hervas ou das Servas, de religiosas franciscanas de Santa Clara, fundado pelos anos de 1600. Também tinham na mesma freguesia um colégio, os religiosos de S. Paulo, primeiro eremita, principiado em 1704.

O hospital e casa da misericordia estão situados dentro do castelo. O templo desta foi reedificado no começo do século passado (18). Os outros templos da vila são: Capela dos terceiros de S. Francisco, e as ermidas de Santo António e de S. Sebastião. Porém fora dos muros há mais cinco ermidas.

O velho castelo ergue-se junto das muralhas da vila, para o lado do nascente. Tem no meio uma praça para onde deita uma alta torre quadrangular, em que se vêem uns toscos e mal distintos caracteres e os dois malhos esculpidos a que acima nos referimos.


Tem Borba ruas espaçosas e boas, e a sua casa da câmara é um dos melhores edifícios municipais de todo o reino. Abastecem-na de excelente agua muitas fontes dentro e fora de seus muros. Extrema-se de todas, pela grandeza da fabrica e beleza da arquitectura, a que o antigo senado da câmara mandou fazer em 1781, Este esbelto chafariz está colocado num espaçoso largo ao sair da vila. É todo de mármore branco, com cinco bicas e três tanques. Entre muitos ornatos esculpidos com perfeição, avulta o busto da rainha D. Maria I, então reinante.


A abundância de agua destas fontes, de que se forma uma pequena ribeira, faz os arrabaldes mui férteis e viçosos, povoados de muitas hortas e pomares e algumas bonitas quintas, ornadas de frondosos arvoredos. É notável entre estas ultimas, a dos senhores condes das Galveias. É também celebrado pela sua linda floresta, o extinto convento de Nossa Senhora da Consolação, que pertenceu aos religiosos capuchos da província da Piedade e que é conhecido em todo o Alentejo pelo nome popular de convento do Bosque. Foi fundado em 1505 pelo duque de Bragança D. Jaime. Fica a um quarto de légua da vila. É uma estância deliciosa, pela majestade das árvores seculares que assombreiam a cerca e pela copia e frescura das águas que aí correm, em fontes e levadas, ou se despenham em cascata.

Do alto de um monte que bem merece o nome que tem de Boa Vista, vizinho ao convento, goza-se de um panorama admirável. Avistam se daí as vilas de Veiros, Evoramonte, Estremoz, Fronteira, Cabeço de Vide, Monforte, Vila Boim, Terrugem, Jerumenha, Vila Viçosa e a cidade de Portalegre; e em Espanha, Olivença, Villa Real e S. Jorge.

O concelho de Borba produz cereais, muito azeite, algum vinho e frutas. Nas suas montanhas há ricas pedreiras de mármores, principalmente branco e azul, da mais fina qualidade. De uma destas pedreiras foram levados para Évora, na primeira metade do século passado (18), todos ou quase todos os riquíssimos mármores de que se reconstruiu a sumptuosa capela mor da sé desta cidade. Dizem autores antigos que também nas mesmas montanhas, existem minas de prata, e se encontram turquesas e outras pedras preciosas.

No primeiro de Novembro faz-se em Borba uma feira de três dias a que concorre muita gente. A população d esta vila excede a três mil almas.

A vila de Borba tinha voto nas antigas cortes, tomando os seus procuradores assento no banco décimo quinto. Há diversas opiniões sobre o seu verdadeiro brasão de armas. Querem uns, que seja um castelo e ao pé uma fonte com um barbo. Outros dizem que é um rochedo sobre agua, da qual saem dois barbos, e assim está pintado na Torre do Tombo. A opinião que achamos mais seguida é a que se conforma com a estampa junta: um escudo simplesmente com dois barbos a sair da agua.

Por Ignacio de Vilhena Barbosa


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Pelo Censos 2011 Borba tem 7406 habitantes


Borba é uma cidade do Distrito de Évora, região Alentejo

Freguesias de Borba

Matriz (Borba), Orada, Rio de Moinhos, São Bartolomeu (Borba)

Eleições Autárquicas - 11/10/2009

Votação por Partido em BORBA


PS: 2764/63,1% - 4 mandatos
PCP - 836/19,1% - 1 mandato


Candidatos Eleitos pelo Circulo: Borba

PS - Ângelo João Guarda Verdades de Sá
PS - Artur João Rebola Pombeiro
PS - Humberto Luís Russo Ratado
PCP-PEV - Joaquim José Serra Silva
PS - Rosa Maria Basílio Véstia

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