domingo, 2 de outubro de 2011

Padre Gabriel Malagrida, Jesuíta queimado num Auto de Fé em Lisboa


Padre Gabriel Malagrida, Jesuíta queimado num auto de fé em Lisboa

O Padre Gabriel Malagrida foi um jesuíta italiano, natural de Menajo, ducado de Milão, onde nasceu a 18 de Setembro de 1689, professando o instituto de Santo Inácio em Génova em 1711.

Veio para Portugal pelos anos de 1720, ou pouco depois e partiu daqui em 1722 para as missões do Brasil, onde permaneceu por longo tempo, fazendo por vezes algumas viagens à Europa e voltando sempre, com grande crédito de virtude, até que por fim se instalou em Lisboa em 1754.

Foi preso em 1758 com outros jesuítas, como cúmplices no atentado cometido contra a vida del rei D. José; foi depois entregue ao Tribunal da Inquisição para aí ser julgado por erros da fé.

Em virtude da sentença do mesmo tribunal de Setembro de 1761, que o relaxou à justiça secular, morreu estrangulado e queimado no auto de fé celebrado a 20 do fito mês.

O Padre Malagrida é mencionado como autor do livro «Juizo da verdadeira causa do terremoto que padeceu a corte de Lisboa no 1º de Novembro de 1755», publicado em Lisboa em 1756.

É uma declamação exortatória, dirigida à cidade de Lisboa, em que aquele desastre é atribuído à ira de Deus, provocada pelos pecados dos naturais e moradores do reino, principalmente da corte, persuadindo emenda deles, etc.. Esta obra foi proibida por edital de Mesa Censória de 30 de Abril de 1772, e mandada queimar pelo algoz, o que se efectuou com toda a solenidade na praça do Comércio.

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