quarta-feira, 2 de novembro de 2011

História de Palmela e brasão antigo


História de Palmela - imagens do século 19 e brasão antigo


A VILA DE PALMELA


Sobre um dos mais altos cabeços da cordilheira que se estende entre o Tejo e o Sado até formar o Cabo do Espichel, ergue-se o castelo de Palmela. Junto á velha fortaleza, no declive do monte, para o lado do norte, está edificada a vila do mesmo nome, em território da província da Estremadura, distrito administrativo de Lisboa. Dista cinco léguas da capital e uma de Setúbal.

O autor da Corographia Portugueza pretende que esta povoação fora fundada pelos celtas e pelos sarrios, trezentos e dez anos antes da era cristã e que, cento e seis anos depois do nascimento de Cristo, a reedificara Aulo Cornelio Palma, governador romano na Lusitânia, pondo-lhe então o nome de Palmela, derivado do seu. Todavia pode-se dizer que a historia de Palmela, até ao tempo de ser conquistada aos moiros pelo nosso primeiro rei, é desconhecida, ou pelo menos muito duvidosa.

Achando se pois sob o domínio dos árabes, conquistou-a D. Afonso Henriques, no ano de 1147. Tendo caído outra vez em poder dos sarracenos foi novamente tomada por aquele monarca em 1165, o qual cuidou então em melhor assegurara sua posse, reconstruindo o castelo, cuja defensa entregou á ordem dos cavaleiros de Santiago e povoando de novo a vila. Seu filho, el rei D. Sancho I, prosseguindo no mesmo empenho tratou, em 1205, de melhorar a fortaleza e aumentar a povoação.

Gozava de voto em cortes, sentando-se os seus procuradores no banco décimo terceiro.

O brasão de armas, que se vê na estampa junta, é copiado do que está na Torre do Tombo. Entretanto achamo-lo descrito por alguns escritores do modo seguinte. Em campo vermelho, um braço de homem sustentando uma palma, entre dois castelos; a cada lado do escudo, o habito de Santiago e por timbre as quinas reais de Portugal.


O castelo ocupa a coroa do monte. Ignora-se a época da sua fundação, mas sabe-se que tem diversas reconstruções. No seu recinto estão o convento, que foi dos freires de Santiago e a matriz de Santa Maria. O convento data dos primeiros tempos da monarquia, mas tem passado por muitas reedificações que lhe têm alterado sua primitiva arquitectura. Até á extinção das ordens religiosas, em 1834, era a cabeça da ordem militar de Santiago.


Do castelo goza se um ponto de vista admirável. Para o lado do norte descobre-se Lisboa, com os seus extensos arrabaldes; as serras de Sintra, de Montachique, de Bucelas e Montejunto, com todo o país entremedio; o Tejo, desde a barra até Santarém e uma infinidade de vilas e aldeias. Para o lado do sul vê-se Setúbal rodeada de pomares de laranja; o Sado desde a sua foz até a uma grande distancia do seu curso; e o oceano sem fim, onde os olhos se cansam e perdem.

Na vila acham-se a igreja paroquial de S. Pedro, a da Misericordia, o hospital e cinco ermidas. Nos arredores há outras capelas. Contém esta povoação mais de três mil habitantes. Posto que esteja assentada na encosta da montanha tem algumas ruas com pouco declive.

Os subúrbios não são bonitos, por serem terrenos pouco arborizados e íngremes. As principais produções do termo consistem em vinho, azeite, frutas, alguns cereais, mel, caça e algum gado.

 A pouca distancia da vila passa o caminho ferro de Setúbal.

Palmela tem uma feira anual a 8 de Dezembro e mercado no segundo domingo de cada mês. É considerada praça de guerra e governada por um major.

 Por Ignacio de Vilhena Barbosa


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Pelo Censos de 2011 Palmela conta com 62 549 habitantes

Freguesias de Palmela

Marateca, Palmela, Pinhal Novo, Poceirão, Quinta do Anjo


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